quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Porque Festejo o Natal!
A data escolhida colhe a maioria das criticas, além da comercialização ao redor da festa, assim como a perda do significado do natal, ao ponto de haver quem acuse de celebrar o "aniversário" de Jesus, como se fosse isso que estivesse em causa.
Escrevo esta pequena reflexão, porque é da parte da nossa área cristã, de onde surgem as criticas mais ferozes e injustas à celebração do Natal.
Não posso deixar de concordar que alguma parte da mensagem principal do Natal, perdeu-se; melhor dizendo, esbateu-se perante outras figuras e símbolos comerciais, que o interesse económico impôs.
No, entanto, não são os exageros ou erros que me farão desviar da responsabilidade cristã em festejar uma das mais importantes datas do cristianismo.
A ÁRVORE
Uma das criticas que mais surge, o uso da árvore da natal como símbolo, atrai uma parafernália de suspeições e disparates.
Não vou discutir a possibilidade de origens pagãs que alguns invocam, não que consigam relacionar com o nosso uso do pinheiro de natal, mas relembrar que, segundo a tradição, foi o gigante da reforma Martinho Lutero que, pela primeira vez trouxe para o seu lar um ramo de abeto o enfeitou com velas e papeis coloridos para celebrar em família a data do nascimento de Jesus.
Se conseguirem ligar Lutero a qualquer prática de paganismo ou idolatria, então talvez possamos olhar para o pinheiro de natal desse prisma.
Claro está que para alguns Lutero foi apenas um sujeito que deu uma "mãozinha" para nos emanciparmos do catolicismo doentio em que a cristandade havia caído.
Para reforçar, convido os meus amigos estudiosos da Bíblia, a verificarem quantos encontros com seres celestiais os patriarcas tiveram debaixo de árvores, onde em alguns casos assumiam um significado simbólico de lugar de adoração do verdadeiro Deus.
Como vêem, não precisamos ir às práticas pagãs para encontrar similaridade em alguns símbolos que hoje adoptamos.
OS PRESENTES
A troca de presentes, para alguns, também tem origem em todas as religiões pagãs, menos na Bíblia. Dá vontade perguntar se quem afirma tal lê as Sagradas Escrituras.
Não me vou refugiar no facto dos mágicos vindos do oriente o fazerem - não eram três, nem Reis e não surgiram na noite do nascimento do Salvador - mas oferecer presentes e troca simultânea, era uma prática judaica em certas festividades, as quais ainda hoje algumas delas são mantidas.
Esdras e Neemias incentivaram o povo que se encontrava em lágrimas e profunda comoção, para celebrarem o dia do Senhor com alegria e festa, enviando porções a quem não tinha nada para o fazer.
Se acham hipócrita esta reciprocidade egoísta de troca de presentes - por vezes é - está nas mãos de cada um a oportunidade de fazer diferente. Envie algo a quem nada tem, convide alguém para se juntar a si, construa algo diferente neste natal.
A DATA
A data é talvez o aspecto mais controverso a respeito do nascimento de Jesus. Aprendi desde cedo que esta não seria a data mais apropriada para o fazer, porque seria impossível Jesus ter nascido neste período do ano. (Os pastores estavam no campo, que inviabilizaria a possibilidade de Dezembro)
Não posso garantir que a escolha da data seja inocente, mas não pelas causas que alguns advogam.
Temos uma prática cristã bem enraizada de tomar datas, lugares e símbolos de religiões e cultos pagãos, não para sincretismo, mas demonstrar a superioridade do Deus que adoravam.
Acontece que, de onde menos se esperava surgem agora dados que podem oferecer à data possibilidade verosímil.
O professor S. Talmon da Universidade de Jerusalém, baseado em documentos encontrados em Qumran, conseguiu precisar as 24 ordens cronológicas das classes sacerdotais.
A de Abias é que nos interessa, porque com esta ajuda sabemos que o pai de João Baptista, Zacarias, terá servido no templo entre 23 a 25 de Setembro.
Este anuncio da concepção de Isabel que, de acordo com o Evg. de Lucas, nos oferece a precisão cronológica difereniada em seis meses em relação à concepção de Maria, o que aponta o nascimento de Jesus para o mês de Dezembro.
CELEBRAR O NATAL
Seguindo o significado etimológico da palavra natal temos o que celebramos nesta data: O nascimento do Salvador.
Não é um aniversário, mas a celebração da vinda à terra em forma milagrosa e única - como Kaesman refere; irrepetível - do Verbo que encarnou, para nos salvar.
Deus não podia deixar que este evento fosse deixado ao acaso, por isso, os anjos - em número elevado - visitam os pastores e os convidam a juntar-se aos pais jovens naquela noite.
Não sei se isto lhe é relevante, mas Deus organizar esta festa e alarido, não foi de certo um equívoco ou inocente.
A mim é suficiente para escolher alguma data do ano e lembrar que, em dado momento crucial da História o céu invadiu a terra, ainda que de forma frágil e humilde, alterando para sempre o curso da mesma.
"Glória a Deus nas maiores alturas, paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem" Lc.2.14
Posso celebrar o nascimento de Jesus em qualquer altura do ano, mas se à tradição juntar a possibilidade de ser no momento certo, ainda melhor.
Celebrar o natal é celebrar a boa vontade divina que resulta em esperança para a humanidade.
Que me desculpem todos os detractores da festa do natal - aqueles que tentam desvalorizar esta celebração universal, ou os que despem de sentido o significado do mesmo com consumismos descontrolados - mas neste natal, ainda por cima à espera de mais um membro para a família, vou festejar com alegria e com toda a gratidão pela dádiva de Deus ao mundo.
Continuo, e continuarei a celebrar esta quadra com consciência do seu real e verdadeiro valor: A salvação chegou até nós, "porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu..." Is.9.6
Bem-haja
João Pedro Robalo
sábado, 5 de dezembro de 2009
O Clima, o Aquecimento Global e a Terra.
Apesar do que é referido na comunicação social, ensinado nas escolas e defendido pelas organizações ecologistas, a verdade é que, a comunidade cientifica não consegue chegar a uma conclusão; principalmente em dois pontos essências: Se o aquecimento é realmente global e se isso se deve à acção humana.
Sei que esta perspectiva causará um coro de protestos, mas não sei se o será por boa informação, ou por intoxicação da comunicação social. Não tenho qualquer dúvida que há uma "agenda" que os "Mídia" desenvolvem, por isso o que escutamos nem sempre é tão livre nem sequer ingénuo.
Não pretendo discutir aqui esta diferença de perspectivas que dividem a comunidade cientifica, remeto-vos para um bom artigo do Pr. Mal Fletcher (www.nextwaveonline.com/comment.asp?ID=265)
A minha abordagem é teológica e sobre tudo escatológicamente confiante.
Apesar de o homem ser irresponsável em muitos aspectos, sei que a Terra não lhe foi entregue, nem tem capacidade para decidir ou determinar o futuro deste planeta.
"A Terra é do Senhor..." Dt.10.14; Sl.24.1; 1ªCo.10.26
É teologicamente errado, ensinar que, pela queda de Adão a terra foi entregue ao diabo, o que se revela uma impossibilidade, pois Deus nunca a havia entregue ao homem.
A única coisa que o diabo adquiriu foi o domínio que, pelo pecado o homem transferiu para Satanás essa função, mas, a qual, o último Adão (Cristo), através da cruz recuperou essa autoridade perdida, para a exercer como Cabeça da igreja em domínio na sua posição à direita de Deus.
Outro aspecto importante de uma escatologia confiante, é a consciência da responsabilidade ecológica que os cristãos têm no mundo, para uma restauração completa de tudo, que é também uma expectativa da própria criação. (Rm.8.21)
Não só nos é restituída a condição de comunhão plena com Deus, tal como tínhamos no Jardim do Éden, como nos é oferecido em Cristo a possibilidade de domínio sobre a criação, não para a sua destruição, mas preservação e restauração. Sl.37.11 "Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na sua abundância de paz"
A minha abordagem a este assunto ecológico e de sobrevivência, não é científico, racionalista ou humanista, mas teológico. É crer em esperança contra a esperança; aquilo que vulgarmente chamamos fé, aquela que o nosso pai Abraão teve e devemos imitar.
Sei que o homem é egoísta, avarento, ambicioso de forma desmedida, etc., mas, também sei, e creio, na providência divina, na garantia Deus não se demitir da sua função de preservar e cuidar da criação estabelecida, do seu domínio que se estende de geração em geração e principalmente cuidar da sua obra mais importante, a terra, onde foi executado o plano restaurador de todas as coisas que conhecemos e desconhecemos através da encarnação do Verbo, da sua morte expiatória e da sua ressurreição que estabelece o vínculo da vitória.
O plano de Deus, não passa pela destruição do planeta terra, mas pela sua preservação e restauração - aliás se o contrário acontecesse a sua vitória sobre Satanás não seria completa.
Como cristãos devemos estar na linha da frente na preservação, conservação e respeito ecológico, num desenvolvimento sustentado, pois, somos apenas mordomos, não donos, da maravilha da criação divina; o planeta terra. Aliás uma das minhas canções preferidas é: "What a Wonderful World" de Louis Armstrong.
A minha perspectiva perante o futuro é de confiança, não tanto pelo que o homem pode ou não fazer, mas porque Deus não permitirá que entremos num descalabro descontrolável de destruição planetária.
Com isto, não deixo de responsabilizar e pressionar quem exerce poder para tomar decisões politico-económicas sustentadas na preservação do nosso mundo.
Como cristão faço a minha parte, quer tendo comportamentos ecológicos, quer confiando em Deus para o futuro deste belo planeta.
Bem-haja
João Pedro
sábado, 7 de novembro de 2009
A Figura do Anticristo
Com a criação desta figura, por enquanto sem personagem definida, apesar dos "jogos" de bastidores que já se perfilam, vamos de certo, assistir a uma clivagem, ou, pelo menos, derivação das tentativas falhadas em apontar uma figura pública com a terrível personagem bíblica do anticristo.
Até aqui, ainda na ressaca da perda das últimas eleições, muitos apontaram o novo Presidente dos EUA, Barack Obama, como a tal figura mítica.
Os artigos, vídeos, pregações e comentários - pobres de conteúdo, e falaciosos na Hermenêutica - encheram a Internet, Sites, Blogs, comunicação social religiosa, etc.
Com o surgimento deste cargo - que será uma aventura europeia - ainda sem contornos bem definidos, a tendência será para procurar, vasculhar e "dissecar" até à exaustão, todos os "sinais" ou semelhanças que o candidato apresentar, em relação a uma figura composta que, erradamente alguns sectores do cristianismo evangélico, continuam a tentar construir e sobretudo aguardam.
Esta postura que tem perseguido o pensamento e "práxis" cristãs, ao longo de décadas e demasiadas gerações, revela uma pobreza de conteúdo teológico, que acaba com esta triste realidade de ver uma igreja a aguardar uma figura inventada - o anticristo - em vez de esperar, isso sim, o Senhor que um dia virá para governar e completar a História.
Antevendo o espectáculo que se vai montar, proponho uma leitura simples e clara da Bíblia. Temos defendido tanto a Revelação escrita do Deus Judaico-cristão, ao ataque que Saramago encetou, que, apenas proponho uma simples leitura dos textos que falam desta figura que tem assustado tantos ao longo dos tempos.
Não coloco aqui os versículos exactos que nomeiam este substantivo: O anticristo.
Mas, como os únicos textos que falam desta personagem apenas surgem nas cartas do Apóstolo João, qualquer um de nós poderá fazer uma leitura rápida, contextualizada e sem pressuposto errados em poucos minutos.
Se nos cingirmos ao texto do Apóstolo, várias conclusões são possíveis que oferecem uma clarificação objectiva e clara sobre esta figura tão erradamente temida.
Uma exegese minimamente credível, consegue chegar a algumas conclusões objectivas:
1º Não é um, mas muitos anticristos.
2º Não é apontado para um futuro longincuo, mas era uma realidade presente nos dias do Apóstolo.
3º Estavam relacionados com a igreja, e, por razões várias apostaram na fé.
4º Não é uma figura personificada, mas um espírito do erro que domina pessoas em verdades fundamentais da fé cristã.
5º Uma doutrina do erro que nega a essência da cristandade e da revelação de Deus na História, negando, a encarnação de Jesus como o Cristo; o Messias prometido que veio salvar a humanidade reconciliando-a com o Pai.
Se não se procurar criar uma figura composta, com outros textos bíblicos que não usam o termo "anticristo", são estas as conclusões que se podem tirar, sem qualquer dificuldade nem sofismas.
A Bíblia, como palavra de Deus, merece que não vamos além do texto, nem fiquemos aquém, apenas, que se deixe falar o que o próprio por si próprio.
A Bíblia continua a falar, mesmo quando os ataques vêm de fora, como de dentro, aliás, são mais prejudicais as más interpretações e imaginações teologicamente infundadas, que os ataques que os ateus ou mesmo pseudo-ateus fazem às Escrituras.
Uma igreja que se distrai com inimigos fantasmas, perde eficácia, relevância e importância na sua missão principal: Fazer discípulos de todas as nações.
Não estou à espera de um anticristo qualquer, mas do verdadeiro que se deve esperar. O Cristo!
2ªTm.4.8 "Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas a todos os que amarem a sua vinda"
Eu amo e aguardo a Sua vinda, não a de outra figura qualquer.
Bem-haja
domingo, 25 de outubro de 2009
As Escolhas de Deus
Não ando ao sabor de agendas alheias sobre os temas a trazer à igreja na Figueira da Foz, mas também não estou alheado de tudo o que tem surgido ao redor, muito menos o que se insere no âmbito bíblico-cristão.
Não posso deixar de fornecer aos cristãos que estou responsável, as respostas - quando as tenho - sobre os temas problemáticos ou fracturantes que são levantados no quotidiano.
Este tema que José Saramago levantou - Caim e a escolha feita por Deus na oferta que os dois irmãos apresentaram - não pode ser ignorado pela comunidade cristã, muito menos reactivos de forma militante, mas, o esclarecimento, e sobretudo, deixar a Bíblia fornecer as respostas, deve ser a nossa postura coerente com as "provocações" que foram feitas.
Na sexta falei do relato que o autor se baseou, Génesis 4, mas enriquecido com todo os comentários que a Bíblia fornece. Não há um preferência divina tendenciosa sem uma causa.
No domingo, falei das escolhas de Deus. Estão mais nas nossas mãos, do que imaginamos, as causas e os factores que levam Deus a direccionar a sua atenção sobre nós.
Fé, voluntariedade e amizade; são características que devem existir em nós.
Deus não busca super-homens, mas pessoas que em situações de crise revelem fé, atitude voluntária e sobretudo amizade que gera confiança.
Consultem a nossa página na Internet: www.figueiraccva.org, para o desenvolvimento do assunto.
Bem-haja
João Pedro Robalo
sábado, 10 de outubro de 2009
O Prémio Nobel Da Paz
Também eu fui apanhado de surpresa e considero que haja alguma precipitação nesta atribuição pelo júri do prémio.
No, entanto, os argumentos e preconceitos generalizados deixam no ar que, é possível, ainda não ter sido digerido ou ultrapassado o choque pela eleição de um Afro-americano para o mais alto cargo dos EUA.
Uns optam por considerar que é prematuro por ainda nada ter sido feito pelo actual presidente americano, mas, uma rápida observação geopolítica, pode-se verificar que, estamos perante um novo tempo no diálogo diplomático, perante uma nova possibilidade de desarmamento nuclear e que se lida com coragem e frontalidade com a questão mais sensível da geopolítica: O caso Israel-palestiniano.
Este é um aspecto em que nos cristãos, principalmente os evangélicos neo-pentecostais, assumem uma papel fundamentalista - tão criticado quando perpetrado pelo outro lado da trincheira - que só demonstra que, ainda não venceram um dos problemas que Tiago na sua carta apontou, como influencia diabólica e destrutiva da essência cristã: O sentimento faccioso! «Tg.3.14-16»
Este assunto leva-nos para outra questão, que me parece ser a causa da má vontade que os comentários "evangélicos" têm sido pródigos - tenho ouvido dos mais variados disparates, que me escuso comentar.
Se achamos, e bem que, Ahmadinejad tem um discurso fundamentalista, negando o Holocausto e fomentando o ódio contra os judeus; não podemos aceitar que os cristãos possuam um discurso inverso - em termos de trincheira - mas idêntico, ao achar que, a solução é exterminar ou expulsar os palestinianos da sua terra.
Aquela terra em termos Bíblicos, históricos, sócio-antropológicos e legais, não é de um dos povos em detrimento do outro.
Sei que estou acorrer um risco, porque na noção evangélica do conflito, qualquer "bom cristão" é do lado dos judeus e anti-palestiniano. É em certo sentido o ressurgimento do conceito do "eixo-do-mal".
A paz mundial - na minha perspectiva - passa pela expansão do reino de Deus; "justiça, paz e alegria no Espírito Santo" mas, para além deste pressuposto do cumprimento da missão da igreja na terra; considero que, em termos geo-políticos e estratégicos, o conflito Israel-Palestino é fundamental para o apaziguar de muitos conflitos culturais no Globo.
Considero por isso, que, Obama ao chamar à atenção o governo israelita, para alterar a sua política de expansão territorial, principalmente os colonatos da Cis-Jordânia e Faixa de Gaza, contribui para apaziguar em vez de acicatar ódios e muros tão enraizados entre estes dois povos.
Esta postura não lhe tira qualquer legitimidade para usar o poder e a força que possui, quando os abusos são cometidos de qualquer parte.
A paz não se constrói só com boas intenções, a força, quando necessária e justa, pode e deve ser empregada, para o bem comum.
Há uma distinção clara entre ser um pacificador e um pacifista. Jesus, chamou-nos a sermos pacificadores.
Os cristãos deviam incentivar todo o discurso político e acções pacificadores que promovam igualdade entre os povos e que diminuam as assimetrias sócio-económicas, bem como os direitos humanos, para a promoção de uma mundo mais justo, pacífico e com melhor qualidade de vida.
Também posso considerar prematuro a atribuição do prémio, mas não me choca, como vi entre muitos cristãos evangélicos, alguns perderam mesmo a cabeça nos comentários que fizeram.
Como a Bíblia ensina, oro pela paz em Jerusalém e também na Babilónia.
Bem-haja
João Pedro Robalo
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
A Integração dos Emigrantes
Claro está que, a experiência no terreno revelará que nem tudo vai bem, nem sempre os empresários portugueses seguem este bom exemplo, aproveitando-se da fragilidade e ilegalidade a que alguns se encontram.
Esta notícia enche-me de orgulho em ser português.
Quando à poucos dias na campanha eleitoral alguns partidos usaram o fantasma da emigração - o perigo de roubar os empregos e recursos em detrimento dos nacionais - como um perigo a combater, e, com isso conseguir mais alguns votos; foi com tristeza que ouvi cristãos defender posições idênticas. Apenas lamentável.
Que a demagogia dos actores políticos seja lamentável, mas normal, ainda aceito, mas ouvir - como sucedeu - cristãos usarem o mesmo argumento para manifestar a sua posição politico-partidária, defendendo que os problemas nacionais, quer nos aspecto criminal, social e económico, são causados pela integração dos fluxos migratórios que Portugal também faz parte, é falta de cultura bíblica e desconhecimento do grande amor divino para com todos.
Deus deixou advertências muito sérias ao povo da 1ª Aliança sobre a importância no tratamento dos estrangeiros, até porque, afinal, essa era uma realidade conhecida deles.
Ex.23.9 "Não oprimirás o estrangeiro; vós conheceis o estrangeiro, porque foste estrangeiros no Egipto."
Não só estavam impedidos de qualquer tipo de opressão ou aproveitamento da situação fragilizada que os emigrantes entre eles se encontravam, como deviam expressar amor e aceitação, melhor dizendo, integração.
Lv.19.34 "Como o natural entre vós será o estrangeiro que peregrina convosco. Amá-lo-eis como a vós mesmos, pois foste estrangeiros no Egipto. Eu sou o Senhor vosso Deus."
Há uma clara obrigatoriedade humanista e ética cristã, para providenciar todo o apoio e condições para os que desejam fazer desta nação e povo a sua oportunidade de recomeço da vida.
O amor cristão que faz a diferença neste mundo, não se deixa influenciar pela demagogia xenófoba que dá votos e popularidade a alguns políticos da nossa praça.
Sabemos diferenciar o trigo do joio, entre os que abusam da nossa afabilidade e os que se integram.
Uma nação com valores cristãos, sabe receber, integrar e dar oportunidade aos que decidem - pelas mais variadas razões - fazer desta nação a sua nova casa.
Bem-haja
João Pedro Robalo
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Mães de Oração
Com este consolo, Mónica, a mãe de Agostinho, partiu para a sua continua tarefa de orar e sempre alertar o seu filho, para que, a situação dramática em que se encontrava, sofresse uma alteração profunda, o que, veio a suceder, como o próprio confessou.
Mães precisam-se, mas, das que, com fé, oração e dedicação; tudo fazem para contribuir de forma construtiva, para que os seus filhos de alguma maneira, no trajecto da vida, encontrem o propósito eterno pelo qual nasceram e existem.
Muitas vezes com amargura e dor, encontramos mães, sem saber o que fazer, e, como lidar com a rebeldia, incorrecção ou desfoque, em que os filhos se encontram.
Se não houver fé, se não existir esperança, nem qualquer âncora de segurança; qualquer mãe entra em agonia e desespero, perante as situações que todos os filhos em algum momento do seu caminho se envolvem.
Hoje, as mães, contentam-se com a satisfação materialista dos filhos, na base dos bens, imagem e condições para que tenham uma vida facilitada em todos os sentidos.
Contribuir para que os filhos possuam bens que os promovam socialmente, que frequentem os melhores meios para serem bem sucedidos e que, nada lhes falte para serem reconhecidos como actuais e modernos; é tudo, o que os progenitores e educadores consideram ser responsabilidade sua.
Mais que uma prestação de serviços parental, hoje, mães que oram, choram diante de Deus e ensinam os princípios cristãos, são necessárias.
Ana, a mãe de Samuel, com amargura do seu coração, encontrou no tabernáculo e no Sacerdote Éli, as palavras e o consolo que resultaram no milagre desejado.
Para as mães, que por alguma razão se encontram numa situação preocupante ou aflitiva, saibam que as vossas lágrimas derramadas diante de Deus, encontram eco e resposta para solucionar o que parece impossível humanamente.
Os filhos, de mães cristãs, mesmo não sabendo, são privilegiados, porque para além do amor materno natural, a fé e lágrimas derramadas, são ouvidas por quem dirige todas as coisas, e, que consegue concertar tudo: Deus!
Esperança e confiança, são o que caracterizam as mães cristãs na sua plena certeza que, os seus filhos não são gerados para a perdição, mas para cumprirem o propósito traçado por Deus.
Tenhamos fé, mesmo quando as lágrimas são a realidade do dia a dia; a oração que se sente é escutada, e, tal como o Bispo de Cartago disse: É impossível não ser respondida.
Bem-hajam
João Pedro Robalo
Nota: A minha referência ás mães, deve-se ao relato referido por St. Agostinho, porque considero, como é óbvio, que esta responsabilidade é mútua do casal, não só de um dos cônjuges.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
O Legado de Gideão
Por exemplo: A economia estava de rastos, os midianitas pelo poder militar que possuíam, usurpavam todo o esforço laboral do povo hebraico.
Quando o povo clama a Deus no meio desta situação, Deus envia-lhes um profeta que lhes explica a causa da situação em que se encontram. Jz.6.10 "...Mas não deste ouvidos à minha voz."
É perante esta situação que surge a figura Gideão; o Anjo do Senhor encontra-o a resistir contra a situação catastrófica numa atitude inconformada, a tentar manter o fruto do seu trabalho contra as investidas dos inimigos.
A voz profética havia surgido na nação para mostrar a causa dos problemas em que se encontravam, agora, era necessário fazer algo que os tirasse do fosso em que se encontravam.
Como? Normalmente o esperado seria uma estratégia e plano para sair da crise; esta é a postura que todos desejam e costumam ter.
Deus não age assim, porque não deseja apenas fazer sair da crise, mas capacitar-nos para vivermos de forma superior a qualquer crise que surja.
Por esta razão Deus começa a tratar coma pessoa; o Gideão, o homem que tem receios, péssima auto-imagem e sobretudo muitas dúvidas, daí os sinais pedidos.
Convém realçar que o apelo tão actual a sinais como o fez Gideão, não é um acto de fé nem uma elevação espiritual, antes pelo contrário, é uma assumpção de fraqueza e perda do hábito natural de ouvir e conhecer a voz de Deus.
Todo o capítulo 6 de Juízes mostra Deus a tratar com uma pessoa valorosa, cheia de potencialidade, um líder nato, mas que devido à situação espiritual em que o povo se encontra, Deus é apenas uma memória distante e recordação dos grandes actos divinos do passado.
Não se pode vencer crises sem deixar que o Espírito Santo trate connosco.
Na verdade as crises, são a consequência da crise interna em que as pessoas se encontram espiritual e humanamente.
Só assim se compreende que Gideão tivesse em sua casa um santuário as dois deuses mais devastadores e desumanos da história daquela região.
Crises vencem-se colocando em ordem a nossa relação com Deus e removendo com tudo o que impede a boa sintonia nesta relação.
Quando estamos bem com Deus e connosco próprios - para mim uma coisa garante a outra - temos as ferramentas, meios, estratégias e capacidade para vencer qualquer crise.
Bem-haja
João Pedro Robalo
P.S. Para mais informação consulte o nosso "site" www.figueiraccva.org
sábado, 19 de setembro de 2009
Os Milagres não se Compram!
Entre pequenos grupos, mas tristemente também entre grandes nomes e igrejas, o factor financeiro pesa e tornou-se o tema principal das mensagens e teologia que os caracteriza.
A ideia que, o milagre ou a bênção divinas se podem comprar, tornou-se comum e aceitável por muitos no seu seio, como algo normal, onde já não há qualquer pudor em se afirmar que tudo depende da nossa oferta, normalmente canalizada para projectos pessoais megalómanos.
É comum ouvir-se dizer: Mesmo que não tenha nada para dar, venha receber o seu milagre.
Os que afirmam isto fazem-no como pessoas misericordiosas, como se fosse um favor que prestam aos desfavorecidos.
O normal é "pagar" para receber o milagre, mas como são pessoas benevolentes e caridosas, abrem uma excepção final, para os que não podem dar nada devido à condição precária que atravessam. O problema é que aos ouvidos da maioria isto tornou-se banal.
Jesus, ao inverso deste ensino actual, não condicionou a cura às questões financeiras, mas à misericórdia e fé.
Em Mt.8.1-4 "Veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. Jesus estendeu a mão, e o tocou, dizendo: Quero, sê limpo! E imediatamente ficou limpo da lepra. Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a ninguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote e apresenta a oferta que Moisés ordenou, para lhes servir de testemunho." (Almeida Edição Contemporânea)
Após curar este leproso, Jesus ordenou-lhe, entre outras coisas, que fosse apresentar a oferta ordenada por Moisés (lei) para lhes servir de testemunho.
Esta ordem inversa, de acordo com os padrões actuais, mostra onde se insere a nossa oferta; não é um "negócio" ou "compra" de milagre, mas um testemunho pessoal da gratidão a Deus pelo milagre que fomos alvo.
A misericórdia divina atingiu-nos e pela fé fomos capazes de crer para a receber.
Não é a antecipação da oferta - como se fosse isso que movesse o coração e vontade divinas - que faz o milagre acontecer, mas será sempre um acto da misericórdia divina que, responde à fé depositada na palavra e promessas de Deus.
Ainda creio em milagres, Deus não entrou em crise nem perdeu a sua capacidade sobrenatural, mas não posso conformar-me com todo o "mercantilismo piedoso" à volta da miséria e necessidade que muitas pessoas se encontram.
A nossa oferta - os cristãos são pessoas que ofertam em gratidão e o fazem com generosidade - é um testemunho da graça e misericórdia divinas na nossa vida.
Essa foi a ordem de Jesus, não houve qualquer impedimento à cura por não ter sido ofertado nada antecipadamente, mas servia de testemunho que, algo tinha acontecido e poderia ser comprovado por todos.
Alguns arrogam-se de fazer "mover" Deus por causa da sua oferta, mas na Bíblia sempre a ordem é inversa: Não somos nós que damos o que quer que seja em primeiro lugar, mas apenas devolvemos a Deus o que já recebemos em abundância d'Ele.
Nunca seremos capazes de dar o que quer que seja a Deus; Ele é que nos dá tudo, nós apenas devolvemos parte, como sinal de testemunho e gratidão ao nosso providenciador da vida.
A minha oferta será sempre um testemunho e acto de gratidão da bondade, misericórdia e graça de Deus na minha vida.
Deus vos abençoe
João Pedro Robalo
terça-feira, 15 de setembro de 2009
A Ética e a Moral
Estamos em plena campanha eleitoral para a eleição do novo parlamento para os próximos 4 anos.
Tenho lido e ouvido alguns comentários no meio evangélico sobre a possibilidade ou não de se tomar posições públicas a favor de uns em detrimento de outros.
Entre muitos comentários ressaltam algumas posições que desejam colar os cristãos às políticas de pendor moral em detrimento de outras.
O aborto, casamento entre homossexuais, laicismo, uso de células estaminais, etc. surgem como as bandeiras que pretendem condicionar a orientação do sufrágio entre os cristãos.
Ao ler a Bíblia, encontro uma maior preocupação do Autor que inspira os textos nas questões éticas - os aspectos sociais são fundamentais para Deus - que apenas nos aspectos morais.
Atenção, com isto não desvalorizo a importância do carácter cristão na sua luta Titânica contra o pecado; somos, e sempre seremos contra toda a manifestação do mal que procura humanizar actos que são hediondos e condenáveis, na qual, o aborto entre outros, se insere.
O que me incomoda é a mensagem que alguns cristãos evangélicos - principalmente líderes - querem fazer passar para condicionar o voto livre e consciente dos crentes.
Dizem eles que não se pode votar em políticas que são moralmente erradas mas, subtilmente, apelam ao voto em grupos que desvalorizam os aspectos sociais - éticos para mim - como algo subalterno ou inferior.
Para Deus este não é um assunto menos importante, aliás, foi a falha neste aspecto que condenou a nação da aliança - Israel - na sua missão, ao não cuidar dos órfãos, viúvas, estrangeiros e desfavorecidos, perderam a sua posição privilegiada diante do Senhor.
Aconselho a leitura, entre outras, as passagens: Ex.22.21-23; Lv.19.10 e seguintes; 23.22 e como a igreja neo-testamentária seguiu o mesmo padrão; Gl.2.9-10.
Não encontro na teologia bíblica uma desvalorização dos aspectos éticos em relação aos morais, antes pelo contrário, uns, os morais merecem uma reflexão pessoal constante, enquanto os outros, os éticos, são de carácter público e sobre os quais a igreja tem uma responsabilidade social de dar a resposta que a humanidade precisa; cuidar dos desfavorecidos.
Sl.140.12 "Sei que o Senhor concede justiça ao pobre, e sustenta a causa do necessitado"
Para Deus não me parece haver uma preocupação desmedida das questões morais em relação às éticas, parece-me que o contrário revela mais o paradigma bíblico.
A igreja "evangélica" tem perdido a sua voz e relevância na sociedade, quando tem trocado as prioridades e surge com posições situacionistas e retrógradas que, mais desejam manter tudo na mesma em vez de almejar uma sociedade mais igualitária e equitativa.
Os cristãos estão livres de fazer as suas escolhas partidárias sem qualquer anátema ou condicionalismo devido às questões morais, porque a nossa primeira obrigação bíblica deve-se com aspectos ético-sociais da sociedade onde temos a responsabilidade de ser luz e sal para a construção de uma nova sociedade na terra.
Precisamos mais de respostas éticas oferecidas ao mundo como o fez Dietrich Bonhoeffer, que a triste figura que os pastores americanos oferecem na sua colagem ao conservadorismo por questões morais.
Bem-haja
João Pedro Robalo
sábado, 5 de setembro de 2009
Uma Explicação.
Espero que compreendam e em breve voltarei para reflectir, criticar, discordar, fazer pensar e sobretudo deixar mensagens de esperança.
Entretanto visitem o "site" da igreja: www.figueiraccva.org
Bem-hajam
João Pedro Robalo
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Equívocos Denominacionais
Vivi grande parte da minha vida numa denominação evangélica em Portugal, desde a mais tenra infância.
Primeiro como crente comum, depois como membro activo da igreja que sempre fui, e finalmente como ministro do Evangelho, durante vários anos, tendo desempenhado cargos de elevada responsabilidade nas suas estruturas.
Conheço, portanto, os aspectos mais constrangedores e controversos do denominacionalismo evangélico português.
Acresce que a minha experiência em lidar com outras denominações, no âmbito de responsabilidades que fui assumindo no meio cristão, ao longo dos anos, permite-me ter hoje uma perspectiva geral das coisas.
A presente reflexão evidencia sobretudo alguns equívocos, erros ou fraquezas, consoante o ponto de vista, do percurso histórico das denominações, e que, nalguns casos, se prolongaram até à actualidade.
Eis alguns deles:
1.Confusão entre ortodoxia e rigidez doutrinária.
Ao contrário do que se pensa, quanto mais inseguro o ser humano é, quanto às suas convicções religiosas, mais se agarra a um sistema rígido de doutrina e prática. Circunstância essa que, levada ao extremo, desemboca num fanatismo militante, em nome da “sã doutrina”. Pelo contrário, quanto mais seguros estamos do que somos e daquilo em que cremos, mais liberdade pessoal desfrutamos para reflectir, indagar, questionar, pôr em causa e lidar com as dúvidas, que não só são legítimas como normais e naturais.
2.Primado da mediocridade.
Este equívoco decorre do anterior. Os mais inseguros, e portanto mais rígidos, acabam por gerar um sistema de poder, onde os mais capazes, mais indagadores e mais livres são sistematicamente marginalizados, já que assustam os inseguros com as suas indagações. É desse tipo de comportamento que procede a mediocridade, já que a rigidez não é criativa, nem inovadora nem adaptativa.
3.Confusão entre humildade, ignorância e cretinice.
A defesa acérrima e acéfala de normas humanas obsoletas, sem suporte bíblico sério, e racionalmente indefensáveis não é uma atitude inteligente nem séria. Confunde-se facilmente humildade com ignorância ou patetice. Ser humilde não é ser parvo ou descartável, é escolher rejeitar o orgulho e sujeitarmo-nos à vontade de Deus.
4.Confusão entre santificação e farisaísmo.
Constituindo este uma atitude religiosa de que resultam sempre posturas eivadas de hipocrisia. Ou seja, dito de outra forma, o farisaísmo defende o primado da aparência em detrimento da autenticidade e da essência. Como se vê, a natureza da atitude farisaica é radicalmente oposta ao cristianismo bíblico.
5.Sectarismo denominacional.
O espírito de seita ronda o denominacionalismo sempre que o espírito da exclusividade ortodoxa supera o espírito da unidade em Cristo, cegando as pessoas para a realidade espiritual a que o apóstolo Paulo denomina como “a multiforme graça de Deus” (1 Pedro 4:10). Todos têm o direito de crer, valorizar e defender pontos de vista estruturantes da sua denominação, e de defender um património histórico, desde que isso não os cegue para a evidência de que o Corpo de Cristo não se esgota nesses estritos limites.
6.Discriminação de género nos ministérios espirituais. A contínua desvalorização das mulheres no ministério é uma das fraquezas de algum denominacionalismo. Argumentos estafados, descontextualizados histórica, escriturística e teologicamente, obviamente procedentes de um machismo obsoleto, coartam assim o acesso de muitos dos melhores e mais preparados elementos da Igreja ao cabal desempenho dos dons, ministérios e vocações a que foram chamados por Deus. Há excepções, que apenas confirmam a regra (como é o caso da The Foursquare Church, Igreja do Evangelho Quadrangular, denominação pentecostal histórica, que foi fundada por uma mulher, a canadiana Aimee Semple McPherson, no ano de 1927, em Los Angeles). Mas este caso histórico ainda continua a constituir uma excepção.
7.Confusão entre doutrina e usos ou costumes.
As tradições e influências culturais misturam-se ainda com demasiada frequência com a vertente doutrinária, originando conflitos desnecessários. Alguns ainda não compreenderam que a doutrina é universal e eterna, mas a cultura (usos, costumes) é local e temporal, e que nem sempre o abraçar uma nova doutrina implica a adopção de uma nova cultura.
8.Confusão entre proselitismo e evangelismo.
Julgando que a função da Igreja é apenas arrebanhar acólitos, multiplicar os números, fazer prosélitos, despreza-se a influência dos cristãos na sociedade, e promove-se uma cidadania mitigada, ao desencorajar o envolvimento dos convertidos nas diversas dimensões da cidadania terrena, a par da sua edificação espiritual. Quando se fala de intervenção cultural, desportiva ou política então…
9.Ênfase doutrinária exagerada em aspectos distintivos.
Cada denominação tem a tendência para focar, de forma porventura menos equilibrada, os seus aspectos doutrinários distintivos, isto é, os aspectos doutrinários que a distinguem das outras. Como se o valor de uma igreja estivesse na sua origem e percurso histórico e não na Pessoa de Jesus Cristo enquanto sua centralidade. As igrejas não podem comportar-se como empresas que apostam na exclusividade ou nas características distintivas dos seus produtos a fim de conquistar o mercado.
10.Da falta de formação à formatação das lideranças.
Receio que se tenha passado da pura falta de formação da futura liderança para a sua formatação. As lideranças espirituais devem preparar-se o melhor possível para um mundo altamente desafiador, mas não é com cartilhas rígidas que o farão.
11.Lutas internas.
Qualquer organização cria as condições para que nela se venham a verificar atitudes de luta pelo poder, mais cedo ou mais tarde. Talvez por isso determinadas denominações auto-designam-se preventivamente como “movimentos do Espírito” e não denominações, ou recusam chamar pastores aos seus líderes. Mas o que conta não são as designações mas sim a postura.
12.Perspectiva providencial e messiânica.
A ideia de que nós é que estamos no caminho, enquanto todos os outros estão apenas à beira do caminho é doentia e presunçosa, mas infelizmente é corrente nalguns círculos. Tal como a ideia de que é a nossa denominação que vai converter o país e o mundo a Cristo, como se os outros cristãos e igrejas tivessem um papel meramente decorativo. Chega-se a afirmar que “o evangelho não chegou ainda” a esta ou aquela terra, mesmo quando se sabe que outras igrejas protestantes ou evangélicas lá estão radicadas e a trabalhar na promoção do reino de Deus…
13.Mentalidade imperial.
Critica-se a igreja romana pela sua estrutura e mentalidade imperial, mas na prática promove-se o mesmo, quando se reivindica “somos a maior denominação mundial”, ou “somos a igreja que mais cresce em todo o mundo”, e outros tiques imperialistas do género.14. Falta de amor e cuidado pelos fracos e caídos. É porventura a maior falha das igrejas locais. E isto em nome de uma disciplina que não visa a restauração da pessoa, mas sim o efeito de dissuasão que pode ter sobre a comunidade em geral e o reforço político da imagem da sua liderança espiritual, numa tentativa de preservação da realidade da denominação.
15.Tendência de exagero regulamentar.
Ao matar grande parte da criatividade e da iniciativa em nome dos regulamentos ou tradições, está-se a matar a vida de uma comunidade local. Quando se cortam à partida todas as ideias, por melhores que sejam, só porque “nunca se fez assim”, está-se a apelar ao espírito de “macaco de imitação”. Jesus nunca disse para nos imitarmos uns aos outros, mas Paulo apelou à imitação do próprio Cristo.
E isso é altamente desafiador.
Apesar de todo o respeito e gratidão que a Igreja do presente deve ter para com os seus líderes do passado, a verdade é que o tempo presente traz consigo novas exigências e requer uma nova mentalidade, ainda que os fundamentos permaneçam os mesmos. Exactamente por isso. É que os métodos, práticas e visões são temporais mas o fundamento eterno da doutrina de Cristo e dos Apóstolos nunca mudará.
Este Texto é da autoria do Pr. Brissos Lino, fonte:http://ovelhaperdida.wordpress.com
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Ventos de Mudança
No, entanto, apesar das incompreensões, cada vez firmo mais a minha posição escatológica, até porque, os argumentos contrários não convencem.
Por achar que este artigo na revista "Charisma" quebra com um tabu no meio que normalmente se insere, achei por bem colocar o "link" que direcciona para este excelente texto.
Quando vejo debater-se um tema destes neste meio, só posso - alegremente - concluir que os ventos de mudança estão a surgir.
http://charismamag.com/index.php/fire-in-my-bones/23081-dont-get-infected-with-last-days-fever
Boa leitura e reflictam
João Pedro Robalo
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Um Acto de Misericórdia
Com efeito, e passo a citar: “Uma decisão tinha de ser tomada, ela, baseou-se na lei da Escócia, e nos valores que acredito que buscamos preservar. Não se baseou em considerações políticas, diplomáticas e económicas.” fim de citação.
Esta frontalidade – tão criticada por outros países, principalmente os EUA, onde eram originários a maior parte das vítimas – chocou muitos, por todo o mundo.
Qualquer pessoa que, preserve os valores da vida – que são valores cristãos – não pode deixar de reconhecer a coragem e a elevação de princípios que levaram a Escócia a tomar uma decisão assim.
Eu também desaprovo a falta de despudor que o presidente da Líbia teve ao receber com honras um terrorista e assassino, da forma que o fez.
Condeno veementemente o acto terrorista que Megrahi perpetrou – o qual foi condenado, e bem, a prisão perpétua – contra vidas inocentes, só para afirmar a sua posição geopolítica, causando dano a um país que odiava.
Acima de tudo, deixa-me incomodado a falta de arrependimento deste terrorista, não só durante o julgamento, como ao fim destes anos todos, mesmo em fase terminal devido a um cancro da próstata.
Mas todos estes factores, não podem, nem devem mudar a elevação de valores que, o mundo chamado cristão diz defender.
Sei que alguns cristãos – principalmente o sector evangélico – se encontram incomodados e fazem sentir a sua revolta, gritando por justiça.
Eu quero – apesar de todas ressalvas já feitas – dizer que concordo com a decisão do governo escocês.
Ser cristão, com valores bem definidos pela Bíblia, requer uma frieza de emoções e sentimentos que, acima do horror e injustiças, sabemos exercer misericórdia e perdão, não a quem não precisa, mas a quem mais necessita; neste caso quem mais ofendeu.
Á luz destes factos, como interpretamos a afirmação de Jesus: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!”
Tal como o ministro da justiça escocês afirmou; não são os actos injustos ou indignos que irão fazer baixar os nossos padrões ou desvirtuar o carácter do amor cristão.
São nestes momentos que os valores cristãos são essenciais para demonstrar a elevação que Cristo trouxe ao mundo sobre todas as outras religiões ou filosofias.
Se não for assim, então, não encontro qualquer diferença, e, isto (da fé) é só uma questão de nome atribuído ao “deus” ou à religião.
Se outros querem elevar assassinos terroristas que não valorizam a vida humana, nós, mundo cristão, temos valores que se sobrepõem acima dos maus exemplos e injustiças, sobretudo, porque cremos na justiça divina.
O mundo muçulmano – que creio condenar os actos terrorista – tivesse a frontalidade para dizer que todos os que perpetram actos que desvalorizam a vida humana, não irão para o céu, mas para o inferno, de certo, muitos atentados suicidas, que são autênticos assassínios, seriam evitados.
Se os cristãos desejam demonstrar elevação de valores e carácter, não devem condenar o acto do governo escocês, mas, apesar de não gostarmos do espectáculo degradante que o Sr. Kadáfi nos ofereceu, sabemos que esta foi a decisão acertada e correcta de acordo com os padrões da misericórdia cristã.
Espero que entendam o meu ponto de vista.
“Sede misericordiosos, assim como o vosso Pai é misericordioso” Lucas 6.36 Jesus
Bem-haja
João Pedro Robalo
domingo, 23 de agosto de 2009
Um Futuro Brilhante!
A perspectiva de um futuro brilhante é alicerçada pela mentalidade de reino, conquista e uma escatologia confiante.
Eu não estou a caminhar para um futuro que é medido pelo relógio que marca uma proximidade com a meia-noite, mas prossigo para o dia perfeito, para o meio-dia, onde a luz é intensa e brilha desfazendo todas as trevas.
A vida do cristão - aquela que faz a diferença - é marcada pelo progresso constante a todos os níveis, como um dia que vai brilhando cada vez mais até atingir o seu auge; a plena luminosidade do dia perfeito.
Este conceito rompe com a ideia errada que o melhor da vida é a juventude, ou os tempos da nossa capacidade máxima em termos enérgicos.
O tempo corre a nosso favor, quando construímos uma relação sadia, inteligente a devota ao Senhor da vida; Jesus Cristo o nosso Salvador.
Educação, atenção ao ensino bíblico, protecção do coração - mente, alma e espírito - e atenção bem centrada no autor e consumador da nossa fé, Cristo; são requisitos essenciais para desenvolver um futuro brilhante.
Apesar de todo o estado actual do mundo, sou por natureza e convicção um optimista; creio em Deus e na sua palavra!
Bem-haja
João Pedro Robalo
(Mais informações sobre este assunto, consulte: www.figueiraccva.org)
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Unidade na Diversidade
O problema ao longo da história do cristianismo, surge, quando algo de importante acontece no marasmo religioso, teológico e nas revelações fossilizadas; logo se têm a tendência para criar uma uniformidade que represente e condicione essa nova abordagem de viver o cristianismo.
A propensão para uniformizar, demonstra-se na tendência para nomear, circunscrever e limitar a alguns privilegiados o que Deus deseja abrir a todos e manter vivo ao longo de gerações; surgindo assim o que chamo de "cancro" da comunhão cristã: O denominacionalismo.
Não só é pernicioso porque uniformiza o que deve ser diverso, como obriga á desonestidade intelectual, porque exige a defesa da denominação em detrimento da verdade.
Tomo por exemplo as posições dispensacionalistas que, contra o avanço da compreensão teológica, e, principalmente, escatológica; forçam as interpretações com atropelos hermenêuticos e exegéticos, para harmonizarem a sua visão ultrapassada e errada com os novos ventos de ideias.
Todo o esforço relacional apenas baseado na doutrina, gera conformismo e negação da génese da igreja desde a sua origem.
A nossa união é mais espiritual e relacional - comunhão dos santos - do que imaginamos.
Lembro há uns bons anos atrás um referido teólogo ter feito esta afirmação em pleno Monte Esperança, e toda a polémica que causou no seio denominacional de então.
O pior é que ele tinha razão, mas isso não interessa ao espírito denominaciolanista, o grupo, o corporativismo tem de ser preservado a todo o custo - mesmo da verdade.
Sei que o mau exemplo de alguns novos ministérios pessoais - sou contra tal conceito - e de igrejas neopentecostais que querem apresentar resultados a todo o custo; têm refreado e deturpado a natureza diversa e multiforme da igreja cristã; mas não sacrifico a verdade por causa dos exageros e atropelos dos que se aproveitam da crença popular.
A igreja cristã - de acordo com o padrão neotestamentário - é descentralizada na sua essência e organização, pelo que, qualquer tentativa para a amarrar a uma "organização" com padrões humanos e seculares, vai contra a sua natureza e génese.
Os tempos e momentos actuais exigem que se resgate a igreja das tendências empresariais de organização que impõem modelos e dinâmicas seculares na estrutura e relação de poder entre os diversos estratos piramidais.
A Santa Igreja, relevante, pura, imaculada e gloriosa; para a qual um dia Jesus voltará - não a vem buscar, mas para ela - só possui uma cabeça: Jesus o Cristo!
Toda a tentativa pessoal ou orgânica para substituir o lugar que pertence ao Senhor dos senhores e Reis dos reis; é um acto de idolatria, sempre condenável pelo Deus eterno.
Apesar de todas as falhas e equívocos que a História da igreja é pródiga, creio na igreja verdadeira, pura e interventiva, que, se está a levantar, para fazer sentir a sua voz e acção no resgate, não só o homem caído; mas toda a criação que geme e aguarda - pacientemente - a manifestação dos filhos de Deus.
Bem-haja
João Pedro Robalo
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
O Lugar onde Deus te Quer!
Reporto-me aos casos de infertilidade ou esterilidade que resultam na Bíblia em receptores das promessas divinas ou geradores de filhos que marcam a revelação de Deus na História.
Não podemos ignorar a pressão social, religiosa e emocional que estas pessoas foram sujeitas, pelo facto de não conseguirem gerar filhos - para muitos uma prova de maldição e rejeição divinas.
Quando observamos com cuidado cada um dos casos relatados nas Escrituras Sagradas, surgem sinais que nos ajudam a entender, tanto a escolha divina, como o lugar que cada um destes intervenientes teve de chegar, para alcançar a promessa.
Chegar á fé!
Abraão, o nosso pai da fé, com a sua mulher, Sara, ambos conseguiram chegar á fé.
Não apenas uma fé pessoal, mas que os transcendeu, e, que gerações, povos e multidões beneficiaram.
No relato bíblico de Génesis 15.1-6, Abraão, quando argumenta com Deus, é levado para fora, onde consegue ver para além da sua insignificância, e, nesta contemplação consegue crer; chegar á fé, onde o impossível se torna realizável.
Amar de verdade
Outro caso que inicia com uma dificuldade idêntica é o caso de Raquel - que a leva ao desespero - mas que são compensados com filhos extraordinários.
Este relacionamento de aliança entre Jacó e Raquel, é paradigmático na demonstração do verdadeiro amor. Génesis 29.18,20 mostra a força do verdadeiro amor, que faz o difícil parecer fácil.
Por vezes menos valorizado, o amor, é o caminho para se conhecer Deus em sua dimensão plena - pelo menos no que se pode conhecer.
Processar a dor e o sofrimento
O terceiro caso que desejo realçar, reflecte a importância de lidar com o sofrimento que nos rodeia, as desilusões que somos alvo e a dor que teima em surgir de onde menos se espera.
Ana, mulher de Elcana, desprezada, magoada e irritada pela sua "adversária" - mesmo sendo alvo do amor e consolo do seu marido - encontrou no derramar da alma diante de Deus o consolo e concordância necessários para obter o desejo do seu coração. (1ª Samuel)
Sem processar-mos a dor e sem enfrentar o sofrimento - ignora-lo não fará desaparecer - nunca seremos capazes de chegar ao lugar onde Deus satisfará os anseios e desejos da nossa alma.
Abertos a uma revelação nova
O último caso que desejo nomear, surge já no 2º Testamento, mas ainda com o último profeta da Velha Aliança: João Baptista.
Lucas, no primeiro capítulo relata a aparição do anjo Gabriel a Zacarias, trazendo-lhe a boa nova que, as suas orações - em conjunto com Isabel - haviam sidos ouvidas por Deus.
Todo o processo revela pormenores interessantes, mas o que desejo realçar é a escolha do nome do filho das suas orações: João.
Zacarias e Isabel, quebraram com as tradições, quer religiosas quer sociais, que impunham o hábito de dar o nome do pai ao primeiro filho.
Fizeram-no em obediência a quem lhes concedeu o pedido; Deus.
Qualquer mudança requer a orientação divina, confirmação do Espírito Santo na comunhão dos santos que, colocam o selo da autenticidade na mudança de paradigma para uma nova revelação frescaque fará a diferença e abrirá novas fronteriras.
Fé, amor, dor e sofrimento processados e, finalmente, abertura para seguir Deus no seu mover sobrenatural de avanço na História; são as causas que, creio, levarem Deus á escolha das pessoas para os momentos especiais que fazem a diferença.
Se desejarem pode visualizar esta mensagem no site: figueiraccva.org (Gente que Faz História)
Bem-haja
João Pedro Robalo
domingo, 16 de agosto de 2009
www.hermesfernandes.blogspot.com (parábola usada para aterrorizar os crentes)
Abraço e boa leitura.
João Pedro
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
A Maldição do Cristo Genérico
Jesus Autêntico: Milhões morreriam por Ele.
Cristo Genérico: Os fins justificam os meios.
Jesus Autêntico: Decreta os fins e estabelece os meios.
Cristo Genérico: A auto-estima acima de tudo.
Jesus Autêntico: O Amor acima de tudo.
Cristo Genérico: Os interesses pessoais como prioridade.
Jesus Autêntico: O Reino de Deus e a Sua Justiça.
Cristo Genérico: Multiplicar para concentrar recursos.
Jesus Autêntico: Compartilhar para espalhar recursos.
O Cristo Genérico é encontrado nas prateleiras dos mercados da fé.
O Jesus Autêntico é encontrado em nosso semelhante, principalmente nos marginalizados, nos excluídos, nos famintos.
O Cristo Genérico é um aliado dos poderes constituídos.
Jesus Autêntico Se solidariza com os oprimidos.
O Cristo Genérico está disponível nas catedrais da fé.
O Jesus Autêntico não se acomoda na suntuosidade dos templos.
O Cristo Genérico oferece milagres a granel.
O Jesus Autêntico faz da vida um milagre.
O Cristo Genérico pede tudo, sem ter nada a oferecer.
O Jesus Autêntico oferece tudo, sem nada lhe pedir.
O Cristo Genérico busca ser bajulado.
O Jesus Autêntico é honrado quando colocamos em prática o que Ele ensinou.
O Cristo Genérico se contenta com mãos erguidas aos céus.
O Jesus Autêntico procura por mãos estendidas ao próximo.
Fonte: Hermes Fernandes (www.hermesfernandes.blogspot.com)
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Uma Fé que Eleva a Tua Vida
Isto não quer dizer que, seja um tema pouco abordado, mas, o que mais se lê, é muito rudimentar, pouco profundo ou pior ainda repetitivo.
Penso que, a razão desta alienação deve-se a certa confusão da expressão que o Apóstolo Paulo usou na carta aos Coríntios (2.4-5) "A minha palavra e pregação, não consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus"
Na minha interpretação - não me retraio a fazer uma leitura exegética do que leio - o Apóstolo, não se está a referir a outra coisa que não á pregação e palavra; como tal, não é contra o ensino que está a insurgir-se, mas contra a mera sabedoria humana que dispensa a iluminação e revelação que só o Espírito Santo é capaz de oferecer.
A fé deve apoiar-se na palavra de Deus, no ensino sólido e claro sobre a doutrina que estrutura o cristianismo.
Não encontro uma disparidade entre o ensino e o poder do Espírito Santo. Aliás, sem esse ensino sólido e bem fundamentado nas Escrituras Sagradas, que diferença residirá entre alguns comportamentos, ditos manifestações do Espírito, e, outros que também usam o mesmo rótulo.
Se a experiência é elevada a padrão ou referência, acima ou apesar da doutrina, qual a segurança para a autenticidade do que é de Deus ou não?
Creio que esta é a questão central a não ser desprezada nem perdida pela igreja cristã actual.
Estamos perante uma nova realidade espiritual definida pelo sensorial e a experiência - realidade que não é nova - onde a doutrina é desvalorizada, ou pelo menos, secundarizada.
Pessoalmente não "embarco" nesta onda - apesar de necessitar adaptar-me - pois creio que, mais que nunca, uma doutrina bem solidificada é essencial.
O relato bíblico de Actos dos Apóstolos cap.8 é sintomático nesta temática.
Filipe representa uma nova geração que demonstra acção pelo poder do Espírito Santo, com um impacto tremendo em Samaria - qualquer um de nós gostaria de ter esta ousadia e resultados - que atraiu o mágico Simão.
É interessante observar a facilidade da sua nova adaptação á mensagem do evangelho - demonstrada por sinais, prodígios e maravilhas que o Espírito Santo operava através de Filipe - sem qualquer incompatibilidade ou restrições.
Só quando os Apóstolos Pedro e João entram em cena - com a autoridade doutrinal e teológica - a diferença é estabelecida sem reservas ou equívocos.
Acredito que os aspectos sensoriais e emocionais da vida cristã devam ser valorizados e bem enquadrados, mas sempre - reafirmo; sempre - devam submeter-se aos aspectos doutrinais e teológicos para uma experiência saudável e madura em Cristo.
A nossa fé firma-se e baseia-se na Palavra de Deus não na experiência, muito menos no que vemos.
Pregar a palavra e ensinar a verdade e com verdade, são a grande tarefa que os cristãos em geral devem assumir em resposta á grande comissão que nos foi confiada por Jesus: Fazer discípulos do Mestre e ensinar a guardar o que nos mandou guardar.
Bem-haja
João Pedro Robalo
quarta-feira, 29 de julho de 2009
A Indústria dos "Deixados para trás" no seu Melhor
Pois então, seus problemas acabaram!
A empresa You´ve Been Left Behind da cidadezinha de Harwich no estado americano de Massachusetts provê esse serviço para seus assinantes.
O assinante pode criar mensagens de e-mail para seus queridos que, na opinião dele, não são aptos a participar do arrebatamento.
Cada assinante passa a ter uma conta com 250MB de espaço de armazenamento e pode carregar qualquer tipo de documento e deixar previamente ajustado para ser entregue para até 62 endereços de e-mail.
Um blog também está disponível para os assinantes no qual eles podem encontrar documentos pré-formatados, coisa útil para aqueles que não têm tempo e nem um conhecimento suficiente das profecias para que possam redigir suas próprias cartas.
O custo do serviço fica ao redor de USD40 por ano.
Os operadores do web site juram que vão reduzir o preço assim que aumentar o número de assinantes.
Ah! E eles garantem que nunca menos que 10% de todo do dinheiro arrecadado anualmente será destinado à instituições de caridade cristãs.
Interessante notar que a premissa de negócio da empresa é que a Internet continuará no ar e funcionando!
Como pode-se ver, desde a concepção da série de livros e filmes "Deixados para trás" o arrebatamento tornou-se num "negocião" a cada dia novos produtos e serviços sendo lançados em sua esteira.
Fonte: Pavablog
terça-feira, 28 de julho de 2009
Cheios de Alegria e do Espírito Santo
O surpreendente nesta afirmação é a envolvencia e acontecimentos que a antecedem.
Paulo e Barnabé, haviam sido perseguidos, mal-tratados e expulsos da cidade. Não haviam razões objectivas para se alegrarem, nem parecem mostrar uma grande acção do Espírito Santo com este tipo de resultados.
Para alguns que tanto proclamam "unção" especial do Espírito Santo, um resultado destes seria logo um antagonismo impossível de resolver e explicar.
A ditadura do "sucesso" exige que se apresentem resultados visíveis e mensuráveis que projectem a figura do "ungido".
A alegria proporcionada pelo Espírito Santo, não é materialista nem populista; mas, é baseada numa profunda satisfação pelo dever cumprido e uma consciência segura no que se fez.
Cristãos cheios de alegria e do Espírito Santo são necessários nas igrejas actualmente.
Alguns dados do relato que antecede esta afirmação, dão algumas pistas, como um cristão pode desenvolver esta duplicação de bênçãos:
- Pessoas que consolam quando falam
- Uma teologia forte e bem fundamentada
- Ousadia
- Seguir o mover de Deus
- Abertos a novas oportunidades.
A alegria e uma vida cheia do Espírito Santo, não surgem do nada, mas são resultado do investimento que realizamos nas verdades bíblicas e no relacionamento profundo com Deus.
Bem-haja
João Pedro Robalo
(para maior aprofundamento do estudo bíblico, acedam a: www.figueiraccva.org)
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Quão Breve é o Breve na Bíblia?
Este conceito de eminência ou brevidade da vinda de Jesus - que depois nem sempre se referia à vinda, propriamente dita, mas a um desaparecimento secreto conhecido como: "Arrebatamento" - condicionou, e, continua a condicionar, uma mentalidade de conquista que se quer e deseja, para ter a postura correcta que a oração do Pai Nosso nos ensina: "Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, aqui na terra como no céu".
Ainda hoje, quando é formulada a pergunta da quantificação; ou melhor, definição do significado de "Breve", logo o desconforto, abstracção ou divagação sem objectividade surgem.
A Bíblia, apesar da sua capacidade filosófica de abstracção, não deixa de ser objectiva em termos conceituais, como em aspectos quantitativos para que a nossa fé não seja colocada em algo que não se pode definir ou quantificar.
Recomendo um excelente artigo em: http://www.monergismo.com/textos/preterismo/palavra-taxos_gentry.pdf.
Se o "Breve" da Bíblia pode ser constantemente protelado ou adiado para um futuro que não se pode definir, nem medir, o que se está a dizer é que, nem sequer um aspecto tão simples como definir ou quantificar o conceito de brevidade somos capazes.
Pior ainda, é cada geração nascer e viver sob esta sombra e carga de uma brevidade que tarda em realizar-se, sempre adiada e indefinida, que, quer queiramos ou não, describiliza a Palavra de Deus e enfraquece a fé.
Claro está que há quem queira "fazer como a avestruz" ignorando o facto da fé se basear apenas e unicamente na palavra de Deus.
Para mim o Breve é isso mesmo; algo eminente, prestes a acontecer, à distancia do alcance de uma mão.
Com isto fica claro que, - pelo menos para mim - essas referências de uma vinda de Jesus breve e eminente, não eram uma referência à segunda vinda gloriosa de Jesus para concluir a história, mas à sua vinda para julgar a velha aliança a fim de dar inicio legal à nova e última aliança.
Quantifico o breve da Bíblia como algo que estava para acontecer em um curto espaço de tempo mensurável, tal como Jesus referiu, para aquela geração que presenciou todas as coisas que profetizou.
Não vivo com a carga eminente de acontecimentos catastróficos nem limito a mentalidade transgeracional para construir um futuro glorioso que prepara a vinda de Jesus.
Acho que é crucial definir o "breve" da Bíblia para assumir o papel da igreja perante os desafios da sociedade.
Bem-haja
João Pedro Robalo
sábado, 18 de julho de 2009
Promessas Adiadas
O autor do artigo - de forma irónica - estava agradado com toda esta euforia que envolve o Benfica na pré-época, tornando-se em desilusão á media que a época decorre.
A vida de muitas pessoas é um pouco idêntica - quer sejam cristãos ou não - muita expectativa, muito entusiasmo, que se esbatem quando confrontados com a realidade do dia a dia.
Preocupa-me que os cristãos, por vezes, também vivam neste registo. Entusiasmo e muito empolgamento nas reuniões, quer perante os cânticos ou mensagens, mas, quando confrontados com a realidade dos problemas que enfrentam; ou simplesmente, a falta de interesse que a vida lhes proporciona, entram em desânimo, ou, por vezes, como mecanismo de defesa, alienam-se de tudo ao redor.
Algumas coisas devem ser tidas em conta para passarmos do constante "pré" para verdadeiras conquistas na vida.
1º Não vivemos numa novela irreal ou sempre fantasiosa, mas vidas comuns, problemas idênticos e situações que envolvem também os cristãos, mesmo que não sejamos directamente responsáveis da situação que se enfrenta.
O Apóstolo Pedro encoraja a igreja dizendo: "Resisti-lhe, firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos estão-se cumprindo entre os vossos irmãos em todo o mundo" 1ªPd.5.9
2º Deus é real e as suas promessas cumprem-se!
Esta afirmação, apesar de pacifica, nem sempre é respeitada, porque em alguns casos deseja-se ou espera-se algo que, não tem qualquer promessa divina, nem se aplica à nossa situação.
Deus não está comprometido com algo que apenas é desejado por nós - por mais estranho e desajustado que por vezes pareça - mas com o que solenemente prometeu.
2ªCo.1.20 "Quantas promessas há de Deus, têm n'Ele o sim, e por Ele o amém"
3º Paciência é um bom aliado.
Muitos cristãos não alcançam nada, porque são inconstantes, indecisos e sobretudo impacientes.
Exigem que Deus lhes conceda o que querem, no tempo que desejam; que normalmente é... agora.
Tiago escreve na sua carta comparando o cristão a um lavrador que semeia e sabe que só colherá, se aguardar pelo tempo propício para a colheita. (Tg.5.7)
Creio que só no céu saberemos quantas vezes perdemos bênçãos, devido a ter desistido de esperar e partir para outra deixando a meio um investimento iniciado.
Gl.6.9 "E não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu tempo ceifaremos"
Outras razões poderiam ser aqui referidas, estas, parecem-me indispensáveis e principais, para não vivermos sempre em expectativas adiadas.
Deus é real, creio que é possível o cristão iniciar algo que conclui, investir em coisas que trazem compensação e ter expectativas que serão realizadas.
O equilíbrio, o bom senso e a fé colaboram; não se opõem.
O meu entusiasmo e confiança estão em Deus, não apenas centrados no meu ego ou desejo - o livro "O Segredo" não é uma boa ajuda apara a realização dos sonhos nas pessoas, porque coloca tudo dependendo de nós; esquece o mais importante: Deus.
Bem-haja
João Pedro Robalo
terça-feira, 14 de julho de 2009
Salvação Self-service
E isso alimentaria o ciclo do pecado, do orgulho, da vaidade.
O Apóstolo Paulo escreve em Efésios 2:8-10, a razão pela qual a salvação deve ser exclusivamente pela Graça, independente dos méritos humanos.
Se é por nossos esforços pessoais, temos motivo para nos gloriar; mas se é por iniciativa d'Ele, e por Sua graça, só nos resta agradecer.
A gratidão é o resultado de uma salvação gratuita, independente de obras.
Orgulho seria o resultado de uma salvação adquirida por boas acções.
A Graça rompe o ciclo do pecado, que nada mais é do que o viver-para-si, e nos libera a viver para Deus e para o nosso próximo, pelas motivações correctas.
Devo praticar boas obras, não para ser salvo, mas em gratidão a Deus por me haver salvo.
Sou salvo pela graça, mas para as boas obras.
O que faço de bom, não é para ser salvo, mas porque sou salvo.
Postado por Hermes C. Fernandes em: www.hermesfernandes.blogspot.com
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Será o Surgimento do Anticristo?
Com esta ideia, iremos de certo, assistir ao recrudescer de opiniões que vêm neste pressuposto, a intenção de criar uma figura mundial, aliado a um governo mundial, que domine tudo e todos para preparar o aparecimento da figura histórica mais temida: O Anticristo!
Com efeito, Bento XVI, até parece mesmo estar a propor tal, pelo que, será natural quem receie tal figura tão maligna, possa ver nestas palavras o campo teórico para a sua realização.
A certa altura, na sua "Encíclica" o Papa afirma; "É urgente que seja criada uma verdadeira autoridade política mundial" o que levanta todos os fantasmas que existem nos defensores dos tempos trabalhosos que antecederão o fim do mundo.
Todos os sinais parecem mostrar que afinal quem previa a vinda de tal figura maléfica, encontram aqui os argumentos e a sustentabilidade suficiente para mostrar a razoabilidade deste receio milenar.
O que possibilita relacionar este discurso – que têm uma carga muito poderosa por causa do seu autor – com a tal figura, não são os pontos defendidos, mas, uma ideia; melhor, um pressuposto, que constrói uma série de eventos, perseguições, manipulações, etc. só possíveis de serem perpetrados por uma figura que, possua um poder tão imenso e uma aceitação tal, que leva o mundo a permitir fazer-se coisas impossíveis e inimagináveis.
O outro pressuposto que cola a este discurso essa possibilidade, tem sido a tentativa de apontar para o futuro a vinda de tal estadista mundial.
Este é um aspecto teológico e exegético fundamental, pois não se encontra no texto bíblico tal afirmação ou pressuposto.
O Apóstolo João – o único autor neotestamentário que usa a expressão "anticristo" – não o refere como uma figura mundial que no futuro iria governar o planeta terra numa derradeira revolta contra o Rei dos reis; Jesus o Senhor.
O autor das três cartas mostra que não é um mas muitos, que não é uma personagem mas um sistema doutrinal que nega a essência do cristianismo e nem sequer o coloca no futuro, mas como algo que já estava presente na altura em que escreveu as cartas.
(Aconselho a leitura das cartas de João com a observação aos textos que usam a expressão: Anticristo)
Quem não tiver uma doutrina solidamente firmada nas escrituras sagradas, certamente, sempre que surgem afirmações idênticas, fica confuso e consegue descortinar uma conspiração mundial para o surgimento de tal figura.
Com esta mentalidade, surgem no meio cristão alguns que, em vez de aguardar a vinda de Cristo na consumação dos séculos; aguardam o aparecimento do anticristo.
Podemos ver aqui uma "anticristocentricidade" em vez de uma salutar cosmovisão cristocêntrica.
Este discurso de Bento XVI só revela confusão do autor e falta de crédito no domínio histórico de quem tem o mundo nas suas mãos: Deus.
O interessante é que, o mesmo posso dizer dos que antevêem o aparecimento de figura tão macabra para transformar o mundo num caos. Afinal os opostos atraem-se.
Quem está seguro na revelação bíblica através de uma interpretação histórico-gramatical que leva a uma visão pós-milenista, não se assusta quando surgem ideias ou discursos deste género.
A minha expectativa é confiante, optimista. Creio numa igreja triunfante que domina e enche a terra da presença de Deus, transformando-a cada vez mais à imagem d'Aquele que tudo criou e sustenta pela sua palavra.
Não estou distraído a tentar descortinar neste ou naquele sinal o surgimento do mal ou quem o represente, mas a viver pela fé em cada situação, sabendo que, tudo está no controlo de quem está sentado à direita do Pai governando em autoridade até que todos os inimigos lhe sejam sujeitos.
Não estou á espera do anticristo, mas de Cristo!!!
Bem-haja
João Pedro Robalo
sexta-feira, 3 de julho de 2009
O Legado de Michael Jackson!
Parece haver alguma abordagem mediática e popular após a morte do artista, com toda a corrida à discografia do autor por parte do público e de toda a comunicação social, que soa um pouco mais a reacção à morte de um "Ícone" que realmente ao reconhecimento de todo o seu trabalho ao longo de 40 anos.
Michael, surge no mundo musical como um criativo no aspecto cénico criando mesmo um tipo de dança que se tornou a sua imagem de marca.
Mas surge também com todos os defeitos e vícios que este mundo mostra e que é considerado por muitos como normal e aceitável.
Um legado é algo que marca uma geração e deixa para as próximas referências sobre as quais podem construir um futuro alicerçado em fundamentos sólidos que permitem uma construção duradoura.
Qual o legado que Michael nos deixou?
Na música foi um fenómeno - convém esclarecer que não gosto do estilo - na dança uma referência, mas no resto? O que fica?
O que nos deixa como homem, como filho, irmão, marido, pai, cidadão ou referência?
Seja qual for a perspectiva que se olhe, a conclusão surge amarga e irrefutável; nada de bom fica que sirva para as próximas gerações!
Sei que são polémicas estas afirmações, mas o que achamos intolerável as pessoas que ocupam cargos públicos - até com o argumento que são sustentados por nós e devem ser um exemplo para o comum dos cidadãos - toleramos sem qualquer critica da parte dos artistas como se de normal e aceitável se tratasse.
Já agora, quem é que sustenta o estilo de vida do referido artista? Não são todos os que adquirem os seus trabalhos, produtos comerciais e assistem aos concertos? Não é a generalidade das pessoas?
Não entendo esta parcialidade de sentimentos!
Um artista que se quer respeitado, e, sobretudo, ser uma referência, deve demonstrar valores e ética no seu estilo de vida.
Sei que há quem discorde, mas eu não acho que seja qual for a notoriedade que se adquire ou mesmo anonimato, sirva de desculpa para se baixar os valores e princípios de vida que devem reger todos o seres humanos.
Michael Jackson, quer gostemos ou não, passou ao lado de uma oportunidade de ouro para influenciar positivamente gerações que estavam prontos a escutá-lo e a seguir.
Qualquer um de nós influencia alguém, mas o caso do "rei" da pop é uma daquelas oportunidades perdidas que dificilmente alguém conseguirá imitar ou registar igual possibilidade.
Qual o legado que fica deste artista?
Um excelente músico, cantor e sobretudo dançarino; mas também alguém que se afundou nas drogas - com o privilégio de lhe serem administradas com todas as condições clínicas através de médicos particulares - um adulto que tentava viver a sua infância, uma criança e adolescente que foi obrigado a ser adulto antes do tempo próprio, o filho magoado com o pai sem saber processar a sua dor, um irmão que se afastou - apesar de todas as intervenções plásticas que o tornavam mais parecido com a irmã, alguém que negou o evidente - como as operações para mudar a imagem; e, seria imensa a lista de desequilíbrios psicológicos que este "Ícone" musical deixou às gerações futuras.
Como repararam não foquei as questões do foro criminal e judicial que foi envolvido; nem sequer a relação de fobia que tinha com tudo e todos os que o rodeavam.
Este é o legado que uma sociedade que rejeita os valores cristãos oferece às gerações seguintes.
Um legado é algo a ser vivido e imitado por outras gerações!
Imagine que todos seguíamos o exemplo referido! Qual o resultado? É capaz de o descrever?
Michael Jackson morreu. Todos os que apreciavam a sua música e dança invocam o seu legado; mas além disso, nada mais podem referir, a não ser, uma triste figura de alguém infeliz, desajustado, magoado, perdido, cheio de fobias e mimado.
São em momentos como este que me alegro e lembro a referência que Jesus, o Cristo, é para toda a humanidade.
Sei que podem considerar incomparáveis as duas figuras agora contrastadas, mas não percebo porquê?
Afinal são dois homens que subiram a pulso e enfrentaram situações antagonistas nas suas vidas, mas um, deixou-nos algo com que podemos viver - verdades em que depositamos a nossa fé -, outro que apenas serve para entretenimento.
A diferença é abismal, mas este é o legado que a sociedade actual consegue oferecer, em contraste com o que um homem - que não culpou os seus familiares pelas condições em que cresceu, não se refugiou nas drogas - até mesmo na hora mais difícil, a cruz, que seria visto como aceitável, devido às condições em que se encontrava, não criticou a família - mesmo quando estes o rejeitaram, nem sequer se ofendeu com os amigos que o abandonaram nos momentos mais difíceis - até ajudou no processo de restauração individual, como fez com Pedro.
Percebem porque comparo estas duas figuras históricas; é que são em momentos como estes que me orgulho de ser cristão e ter em Jesus a referência para a vida.
Bem-haja
João Pedro Robalo
terça-feira, 30 de junho de 2009
Quando o Milagre já não o é!
Este caso está envolto em muita coisa não explicada, mas sobre tudo sob paixões que toda a cobertura mediática proporciona.
Para que o interesse superior da criança seja preservado, não se pode colocar a justiça sob esta pressão, apesar de algumas vezes parecer que só assim se torna equitativa.
É precisamente esta reportagem que mostra o quanto estas pessoas, que a solicitaram, crêem em milagres.
Se alguém acredita que o sacrifício desta peregrinação pode realmente resultar em milagre, então para quê e porque a televisão lá?
O que esta postura parece revelar - convocar a comunicação social - é que, afinal, não há muita "fé" na devoção à Senhora de Fátima.
Este acto, que a comunicação social embarcou, parece mostrar mais uma jogada de marketing, para pressionar a justiça com a "opinião pública".
Se esta Senhora; Ana Rita, realmente cresse em milagres e na Senhora de Fátima para os realizar, simplesmente fazia a sua peregrinação de forma acatada e esperava que o "objecto" da sua devoção realizasse o seu pedido sem qualquer promoção mediática.
A fé não se compadece com "shows" que apenas têm o intuito de trazer a opinião pública para um lado ao mesmo tempo que se pressiona o outro.
Na verdade, caso os resultados lhe sejam favoráveis, temos uma milagre que já não o é, porque a ilegitimidade destes métodos deixam no ar a dúvida qual a razão da decisão que for tomada.
Um milagre que é, resulta de uma fé genuína que leva a agir, mas apenas confinado e recorrendo em quem depositamos a fé.
Com esta postura não sei em quem Ana Rita e a família crêem; se na Senhora de Fátima ou na força do quarto poder; a comunicação social.
A mulher que tinha um fluxo de sangue no seu corpo (relatada nos evangelhos), saiu de sua casa sem qualquer mediatismo para fazer o que havia proposto, e só foi descoberta, porque Jesus se apercebeu que d'Ele tinha saído virtude (poder para curar).
Estamos perante um possível milagre que á partida, já não o é, seja qual for o desfecho.
O triste é que este é o espelho da espiritualidade do povo português.
A fé genuína e que resulta em verdadeiros milagres, surge na solidão da decisão pessoal que leva alguém a crer que Deus é Deus e como tal é poderoso para realizar milagres na vida das pessoas.
É nesse Deus que creio e nesses milagres que espero e tenho visto.
Bem-haja
João Pedro Robalo
domingo, 28 de junho de 2009
Reconhecer Quem nos Acompanha
Muitos cristãos percorrem os caminhos da vida acompanhados por Jesus, e, tal como eles não reconhecem o amigo e conselheiro ao seu lado.
As discussões inúteis, a dor, a decepção, desilusão, etc. confundem e impedem de ver que não estamos sós nesta caminhada terrestre.
Mesmo com bom ensino e forte teologia podemos apenas ver à distancia sem proximidade, que só a comunhão e o partir do pão transmite e realçam.
A palavra de Deus transmite calor e energia ao nosso espírito, mas é a comunhão, o amor ao próximo, o desenvolver no outro a extensão do amor de Deus; revelam Jesus na sua plenitude e dimensão.
Estes são tópicos da mensagem partilhada na igreja este fim-de-semana na Figueira.
Se desejarem escutar podem aceder ao site: www.figueiraccva.org
Bem-haja
João Pedro Robalo
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Irão a Força da Razão
Se as religiões pensam que podem fechar hermeticamente as pessoas no seu livre pensar ou as sociedades na sua expressão livre de escolher o seu futuro; esta realidade que está a surgir no Irão, mostra precisamente o contrário.
Com isto, quero insurgir-me com alguma mentalidade religiosa, também nos meios denominados evangélicos, que pensam colar-se sempre ao poder vigente, como sendo a posição natural e mais ética, quando o povo e as massas estão numa direcção oposta.
O poder religioso Iraniano está colado ao poder que Ahmadinejad representa, mas o povo parece estar a seguir uma direcção diferente.
Lá como cá o mesmo paradigma e o mesmo erro de cálculo.
Em toda a revelação Bíblica, encontro Deus ao lado dos mais fracos, injustiçados, desprovidos dos mais elementares direitos, dos que sofrem, etc. com espanto verifico que as religiões - o Islão não foge à regra - aparecem coladas e cúmplices do poder temporal com todos os defeitos e problemas que acarretam.
A igreja cristã deve mostrar a diferença e voltar ao seu paradigma inicial; em que cuidava com afinco das viúvas, pobres, necessitados, doentes, desprotegidos, enfim; todos os marginalizados da sociedade encontravam lugar de aceitação, expressão e integração na comunhão dos santos.
O Estado pode e deve, desenvolver o seu papel social de apoio e contribuição financeira para aligeirar o fosso entre ricos e pobres; mas só a igreja consegue oferecer uma transformação ética da pessoa humana pelo novo nascimento, trazido á nossa acção e intervenção a favor de quem mais precisa de nós: Os pobres, necessitados e marginalizados.
Só a visão ética-espiritual da mentalidade judaico-cristã oferece a resposta - não apenas uma resposta - que resolve o problema do homem na sua totalidade, começando no interior e abrangendo holísticamente o sentido da vida humana.
O estado-social cria subsídio-dependentes; a ética cristã responsabiliza cada um pela situação e solução para cada caso de vida.
Com isto, parece-me que, as religiões são muito parecidas - apesar do que as diferenciam - na sua abordagem e relação com as sociedades e o poder.
O cristianismo adquire aqui a sua diferença quando volta ao seu estado original; e há igreja e cristãos que o conseguem plenamente.
A nossa voz critica em relação ao Irão não é um acto partidário ou político - como vejo alguns cristãos fazerem - apenas por posição ortodoxa de ligação a todos os grupos partidários de direita; mas é tão válida neste caso, como o foi, quando George Bush teve a triste ideia de trazer um conflito até hoje injustificado como a guerra e a invasão do Iraque.
Para que a nossa voz seja escutada e a nossa pregação tenha autoridade; temos de seguir o caminho traçado por Jesus; que sempre defendeu os necessitados contra os poderes instituídos; quer religiosos (Fariseus, Saduceus; Escribas, etc.) quer políticos (Pilatos, Romanos, etc.).
Tanto os religiosos poderosos do Islão, como do mundo ocidental precisam perceber que os cristãos, estão comprometidos com quem sofre e lhes são negados os mais elementares direitos humanos, direitos esses, que são a essência do amor divino demonstrado pelo envio de Jesus como Filho de Deus a este mundo.
Quando falhamos neste assunto - infelizmente já sucedeu vezes demais - outros ocupam o nosso lugar, mas com abordagens inferiores incapazes de responder na totalidade à necessidade plena do homem.
Levanto a minha voz neste Blog em relação ao que sucede no Irão assim, como, me preocupa, esta viragem Europeia para o neoliberalismo como resposta à crise financeira mundial.
Compreendo e reconheço a diferenças entre as duas situações, mas não tenho uma mentalidade de "cruzada" mas cristã na abordagem dos problemas e crises mundiais.
Espero e oro a Deus para que todos estes incidentes resultem numa viragem iraniana histórica que promova a paz e a reconciliação nacional, pois tal efeito será benéfico para todos em geral.
Bem-haja
João Pedro Robalo
sábado, 20 de junho de 2009
Casos de Vida
Escolhi propositadamente mulheres que se encontraram com Jesus, devido à sua fragilidade e incapacidade social para resolver o problema que estavam a passar.
Começo pela mulher que é relatada - sem nome - como tendo um fluxo de sangue que durava doze anos, sem solução clínica, mística - as ervanárias e o pessoal das mezinhas, etc. nada puderam fazer - sozinha e quase sem dinheiro, pois a doença havia-lhe esgotado os recursos por completo.
A sua fé, com o auxilio da confissão; levaram a que saísse da sua condição através da fé e ousadia, ao encontro de Jesus e fazer o que propôs no seu coração.
A fé em Jesus - não uma fé qualquer - quando é genuína e gerada no mais profundo do ser só pode descobrir formas e meios originais de trazer a solução para qualquer situação que estejas a encarar.
O outro exemplo surge da mulher referenciada pela sua etnia (cananeia) que desperta em Jesus os mais elevados elogios, mesmo após um tratamento tão discriminatório e deselegante, quer da parte de Jesus, quer dos seus discípulos.
Apesar disso tudo e da forma como foi tratada, não desanimou, antes continuou argumentando e tirando qualquer possibilidade de fugirem ao problema que lhes estava a apresentar.
A fé que faz mover Deus no céu para a nossa realidade não se ofende, nem desiste quando surgem situações inesperadas ou incompreensões no processo.
"Grande é a tua fé" disse Jesus; "Seja feito conforme desejas".
Tantas são as pessoas que se ligam ao aspecto "desejo" para reclamar a sua bênção, esquecendo que só uma fé deste género - que não se ofende - consegue alcançar os desejos do coração.
Por último, faço referência a mais uma mulher que é conhecida pela sua região; Naim.
Viúva e agora acompanha um defunto, o seu único filho.
Uma situação de desespero total, qualquer dos recursos humanos para a sua sobrevivência haviam partido, o que significava incerteza perante o futuro.
Neste relato não surge qualquer acto ou afirmação de fé da parte desta infortunada mulher, antes, Jesus em compaixão age e ressuscita o seu filho moribundo.
Neste caso, o tipo de fé - que aparentemente não se vislumbra nesta personagem - não está explicito, mas implícito.
Uma multidão acompanha esta mulher na sua dor e desgraça, não apenas por pena ou misericórdia, mas pelo exemplo e respeito que perante tantas situações desesperadas, alcançou dos seus concidadãos.
Fé não são só acções momentâneas ou confissões corajosas, mas também um estilo de vida que causa respeito e honra entre todos os que nos conhecem.
Jesus honra essa fé: "O meu justo viverá pela fé"
Se desejarem escutar ou ver a mensagem, podem fazer o download em: http://www.figueiraccva.org/
Bem-haja
João Pedro Robalo
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Tempos de Esperança
Há um ditado popular que diz: "A Esperança é a última a morrer", pessoalmente, apesar de correr o risco de ser considerado utópico, prefiro afirmar que: "A Esperança não morre!".
A esperança só morre quando apenas conta com a força interior pessoal, humana e até relacional, ou seja, dependente do ambiente e ânimo ao nosso redor.
Os amigos, familiares, companheiros e irmãos em Cristo, são por excelência os melhores incentivadores para não perder a esperança. No, entanto, a Palavra de Deus - A Bíblia Sagrada - têm todos os ingredientes naturais e sobrenaturais para ser o verdadeiro impulsionador da esperança do cristão nos dias actuais.
O Apóstolo Pedro, antes de deixar este mundo de forma tão dramática,escreveu na sua carta: 1Pd.4.7-8 "Já está próximo fim de todas as coisas. Portanto, sede sóbrios e vigiai em oração. Tende antes de tudo ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados"
Só alguém que não permite que a esperança morra na sua vida e perspectiva é capaz de oferecer conselhos que irão ser úteis e fundamentais para enfrentar os dias que se aproximavam.
Pedro, como os outros autores neotestamentais tinham uma percepção dada pelo Espírito Santo que estavam a viver um momento de transição que chamavam: "O fim dos tempos"
Perante a expectativa de dias que seriam conturbados, Pedro oferece resposta funcional que se aplicam a todos os tempos e momentos da história humana.
Sermos sóbrios, vigiar em oração e sobretudo enfrentar qualquer situação com amor ardente; são conselhos relevantes que oferecem esperança para qualquer situação ou momento que atravessemos.
A esperança nunca morre, os dias actuais enfrentam-se com esperança e não com falta dela, por isso, olhemos para estes dias com uma certeza; a nossa atitude que demonstra fé em Deus, não só oferece esperança pessoal mas é um factor de estabilidade para o outro que tem oportunidade de se relacionar connosco.
Actos e discurso de esperança - Palavra de Deus aliada a uma conduta condizente - em tempos de desespero, faz a diferença fundamental nos dias que vivemos.
Bem-haja
João Pedro Robalo
quinta-feira, 11 de junho de 2009
A Primeira Pandemia do Séc. XXI
Não por causa do descontrolo em que a doença se encontra – já começam a surgir hipóteses de uma vacina – mas devido ao número de países onde surgiram casos de pessoas contaminadas, ou seja a propagação geográfica que o vírus atingiu.
A história da humanidade está repleta de épocas negras de epidemias que causaram várias catástrofes com a morte de milhares e por vezes milhões de pessoas.
Hoje quando surge a possibilidade de algo minimamente semelhante suceder, uma histeria comunicacional surge por todos os órgãos de informação, que, em nada beneficiam o esclarecimento e a consequente maturidade na forma, meios e métodos para melhor encarar e combater o problema.
Actualmente, devido ao progresso cientifico e tecnológico alcançado, as consequências são amplamente diminuídas e controladas – com isto não quero desvalorizar cada vida que se perde com esta doença – pelo que, as dimensões de disseminação e mortes são em números muito inferiores ao que seriam sem os meios actualmente ao dispor.
Talvez por isso os discursos alarmistas parecem ter desaparecido - ou são menos visíveis - no plano evangélico que aproveita sempre qualquer crise ou epidemias para justificar a sua visão catastrófica e pessimista dos tempos que estamos a viver.
Como cristão considero que estes são tempos de oportunidade para mostrar clareza de espírito perante momentos de dificuldade acrescida.
Dou graças a Deus pelo avanço tecnológico e científico, mas não deixo de crer e exercitar a fé perante situações que põem em risco a vida das pessoas.
Não são tempos para acusar ou tentar encontrar justificações para o problema surgido, mas são de oportunidade para mostrar a verdadeira essência do amor cristão.
O Apóstolo Pedro escreveu que: “O amor cobre uma multidão de pecados” e o que as pessoas necessitam quando afortunadamente se encontram numa situação de fragilidade é de mãos estendidas, compaixão efectiva, empatia, uma palavra de esperança e acima de tudo vidas que apresentem Jesus ressuscitado com poder para oferecer respostas fiáveis de amor e poder de Deus.
Não são tempos de manipulação mas de compaixão; de dificuldade mas de oportunidade; de culpabilização fácil mas de justiça divina que está assente no amor de Deus que ofereceu o seu Filho amado para salvar e curar o nosso mundo doente.
Este é um tempo que os cristãos verdadeiros têm algo de relevante a oferecer à sociedade.
Bem-haja
João Pedro Robalo