Cresci a ouvir no ambiente cristão em que nasci que a vinda de Jesus estava eminente e que poderia dar-se a qualquer momento.
Este conceito de eminência ou brevidade da vinda de Jesus - que depois nem sempre se referia à vinda, propriamente dita, mas a um desaparecimento secreto conhecido como: "Arrebatamento" - condicionou, e, continua a condicionar, uma mentalidade de conquista que se quer e deseja, para ter a postura correcta que a oração do Pai Nosso nos ensina: "Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, aqui na terra como no céu".
Ainda hoje, quando é formulada a pergunta da quantificação; ou melhor, definição do significado de "Breve", logo o desconforto, abstracção ou divagação sem objectividade surgem.
A Bíblia, apesar da sua capacidade filosófica de abstracção, não deixa de ser objectiva em termos conceituais, como em aspectos quantitativos para que a nossa fé não seja colocada em algo que não se pode definir ou quantificar.
Recomendo um excelente artigo em: http://www.monergismo.com/textos/preterismo/palavra-taxos_gentry.pdf.
Se o "Breve" da Bíblia pode ser constantemente protelado ou adiado para um futuro que não se pode definir, nem medir, o que se está a dizer é que, nem sequer um aspecto tão simples como definir ou quantificar o conceito de brevidade somos capazes.
Pior ainda, é cada geração nascer e viver sob esta sombra e carga de uma brevidade que tarda em realizar-se, sempre adiada e indefinida, que, quer queiramos ou não, describiliza a Palavra de Deus e enfraquece a fé.
Claro está que há quem queira "fazer como a avestruz" ignorando o facto da fé se basear apenas e unicamente na palavra de Deus.
Para mim o Breve é isso mesmo; algo eminente, prestes a acontecer, à distancia do alcance de uma mão.
Com isto fica claro que, - pelo menos para mim - essas referências de uma vinda de Jesus breve e eminente, não eram uma referência à segunda vinda gloriosa de Jesus para concluir a história, mas à sua vinda para julgar a velha aliança a fim de dar inicio legal à nova e última aliança.
Quantifico o breve da Bíblia como algo que estava para acontecer em um curto espaço de tempo mensurável, tal como Jesus referiu, para aquela geração que presenciou todas as coisas que profetizou.
Não vivo com a carga eminente de acontecimentos catastróficos nem limito a mentalidade transgeracional para construir um futuro glorioso que prepara a vinda de Jesus.
Acho que é crucial definir o "breve" da Bíblia para assumir o papel da igreja perante os desafios da sociedade.
Bem-haja
João Pedro Robalo
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário