sexta-feira, 3 de julho de 2009

O Legado de Michael Jackson!

Até aqui, e ao contrário do que surge na comunicação social e Internet; optei por não fazer qualquer comentário à morte do referido cantor de música pop, por achar que em certa medida existe um certo tipo de "necrofagia" em relação ao assunto.

Parece haver alguma abordagem mediática e popular após a morte do artista, com toda a corrida à discografia do autor por parte do público e de toda a comunicação social, que soa um pouco mais a reacção à morte de um "Ícone" que realmente ao reconhecimento de todo o seu trabalho ao longo de 40 anos.

Michael, surge no mundo musical como um criativo no aspecto cénico criando mesmo um tipo de dança que se tornou a sua imagem de marca.
Mas surge também com todos os defeitos e vícios que este mundo mostra e que é considerado por muitos como normal e aceitável.

Um legado é algo que marca uma geração e deixa para as próximas referências sobre as quais podem construir um futuro alicerçado em fundamentos sólidos que permitem uma construção duradoura.

Qual o legado que Michael nos deixou?
Na música foi um fenómeno - convém esclarecer que não gosto do estilo - na dança uma referência, mas no resto? O que fica?

O que nos deixa como homem, como filho, irmão, marido, pai, cidadão ou referência?
Seja qual for a perspectiva que se olhe, a conclusão surge amarga e irrefutável; nada de bom fica que sirva para as próximas gerações!

Sei que são polémicas estas afirmações, mas o que achamos intolerável as pessoas que ocupam cargos públicos - até com o argumento que são sustentados por nós e devem ser um exemplo para o comum dos cidadãos - toleramos sem qualquer critica da parte dos artistas como se de normal e aceitável se tratasse.
Já agora, quem é que sustenta o estilo de vida do referido artista? Não são todos os que adquirem os seus trabalhos, produtos comerciais e assistem aos concertos? Não é a generalidade das pessoas?
Não entendo esta parcialidade de sentimentos!

Um artista que se quer respeitado, e, sobretudo, ser uma referência, deve demonstrar valores e ética no seu estilo de vida.
Sei que há quem discorde, mas eu não acho que seja qual for a notoriedade que se adquire ou mesmo anonimato, sirva de desculpa para se baixar os valores e princípios de vida que devem reger todos o seres humanos.

Michael Jackson, quer gostemos ou não, passou ao lado de uma oportunidade de ouro para influenciar positivamente gerações que estavam prontos a escutá-lo e a seguir.
Qualquer um de nós influencia alguém, mas o caso do "rei" da pop é uma daquelas oportunidades perdidas que dificilmente alguém conseguirá imitar ou registar igual possibilidade.

Qual o legado que fica deste artista?
Um excelente músico, cantor e sobretudo dançarino; mas também alguém que se afundou nas drogas - com o privilégio de lhe serem administradas com todas as condições clínicas através de médicos particulares - um adulto que tentava viver a sua infância, uma criança e adolescente que foi obrigado a ser adulto antes do tempo próprio, o filho magoado com o pai sem saber processar a sua dor, um irmão que se afastou - apesar de todas as intervenções plásticas que o tornavam mais parecido com a irmã, alguém que negou o evidente - como as operações para mudar a imagem; e, seria imensa a lista de desequilíbrios psicológicos que este "Ícone" musical deixou às gerações futuras.

Como repararam não foquei as questões do foro criminal e judicial que foi envolvido; nem sequer a relação de fobia que tinha com tudo e todos os que o rodeavam.

Este é o legado que uma sociedade que rejeita os valores cristãos oferece às gerações seguintes.

Um legado é algo a ser vivido e imitado por outras gerações!
Imagine que todos seguíamos o exemplo referido! Qual o resultado? É capaz de o descrever?

Michael Jackson morreu. Todos os que apreciavam a sua música e dança invocam o seu legado; mas além disso, nada mais podem referir, a não ser, uma triste figura de alguém infeliz, desajustado, magoado, perdido, cheio de fobias e mimado.

São em momentos como este que me alegro e lembro a referência que Jesus, o Cristo, é para toda a humanidade.
Sei que podem considerar incomparáveis as duas figuras agora contrastadas, mas não percebo porquê?
Afinal são dois homens que subiram a pulso e enfrentaram situações antagonistas nas suas vidas, mas um, deixou-nos algo com que podemos viver - verdades em que depositamos a nossa fé -, outro que apenas serve para entretenimento.

A diferença é abismal, mas este é o legado que a sociedade actual consegue oferecer, em contraste com o que um homem - que não culpou os seus familiares pelas condições em que cresceu, não se refugiou nas drogas - até mesmo na hora mais difícil, a cruz, que seria visto como aceitável, devido às condições em que se encontrava, não criticou a família - mesmo quando estes o rejeitaram, nem sequer se ofendeu com os amigos que o abandonaram nos momentos mais difíceis - até ajudou no processo de restauração individual, como fez com Pedro.

Percebem porque comparo estas duas figuras históricas; é que são em momentos como estes que me orgulho de ser cristão e ter em Jesus a referência para a vida.

Bem-haja

João Pedro Robalo

terça-feira, 30 de junho de 2009

Quando o Milagre já não o é!

Assisti hoje uma reportagem em que Ana Rita (a mãe do Martin) mais a sua família foram a Fátima pedir à "nossa" Senhora um milagre para o regresso do filho a casa.

Este caso está envolto em muita coisa não explicada, mas sobre tudo sob paixões que toda a cobertura mediática proporciona.
Para que o interesse superior da criança seja preservado, não se pode colocar a justiça sob esta pressão, apesar de algumas vezes parecer que só assim se torna equitativa.

É precisamente esta reportagem que mostra o quanto estas pessoas, que a solicitaram, crêem em milagres.
Se alguém acredita que o sacrifício desta peregrinação pode realmente resultar em milagre, então para quê e porque a televisão lá?

O que esta postura parece revelar - convocar a comunicação social - é que, afinal, não há muita "fé" na devoção à Senhora de Fátima.
Este acto, que a comunicação social embarcou, parece mostrar mais uma jogada de marketing, para pressionar a justiça com a "opinião pública".

Se esta Senhora; Ana Rita, realmente cresse em milagres e na Senhora de Fátima para os realizar, simplesmente fazia a sua peregrinação de forma acatada e esperava que o "objecto" da sua devoção realizasse o seu pedido sem qualquer promoção mediática.

A fé não se compadece com "shows" que apenas têm o intuito de trazer a opinião pública para um lado ao mesmo tempo que se pressiona o outro.
Na verdade, caso os resultados lhe sejam favoráveis, temos uma milagre que já não o é, porque a ilegitimidade destes métodos deixam no ar a dúvida qual a razão da decisão que for tomada.

Um milagre que é, resulta de uma fé genuína que leva a agir, mas apenas confinado e recorrendo em quem depositamos a fé.
Com esta postura não sei em quem Ana Rita e a família crêem; se na Senhora de Fátima ou na força do quarto poder; a comunicação social.

A mulher que tinha um fluxo de sangue no seu corpo (relatada nos evangelhos), saiu de sua casa sem qualquer mediatismo para fazer o que havia proposto, e só foi descoberta, porque Jesus se apercebeu que d'Ele tinha saído virtude (poder para curar).

Estamos perante um possível milagre que á partida, já não o é, seja qual for o desfecho.
O triste é que este é o espelho da espiritualidade do povo português.

A fé genuína e que resulta em verdadeiros milagres, surge na solidão da decisão pessoal que leva alguém a crer que Deus é Deus e como tal é poderoso para realizar milagres na vida das pessoas.

É nesse Deus que creio e nesses milagres que espero e tenho visto.

Bem-haja

João Pedro Robalo

domingo, 28 de junho de 2009

Reconhecer Quem nos Acompanha

Os discípulos que percorreram o caminho de Emaús acompanhados por Jesus, estiveram várias horas com ele sem se aperceberem quem os acompanhava.

Muitos cristãos percorrem os caminhos da vida acompanhados por Jesus, e, tal como eles não reconhecem o amigo e conselheiro ao seu lado.

As discussões inúteis, a dor, a decepção, desilusão, etc. confundem e impedem de ver que não estamos sós nesta caminhada terrestre.

Mesmo com bom ensino e forte teologia podemos apenas ver à distancia sem proximidade, que só a comunhão e o partir do pão transmite e realçam.

A palavra de Deus transmite calor e energia ao nosso espírito, mas é a comunhão, o amor ao próximo, o desenvolver no outro a extensão do amor de Deus; revelam Jesus na sua plenitude e dimensão.

Estes são tópicos da mensagem partilhada na igreja este fim-de-semana na Figueira.
Se desejarem escutar podem aceder ao site: www.figueiraccva.org

Bem-haja

João Pedro Robalo