Desejo iniciar uma reflexão que considero séria e necessária. Tenho assistido de trincheiras diferentes ataques, ao que considero ser, relevante e fundamental para sustentar um boa teologia, que permita uma vivência sadia nos tempos actuais.
A denominada “Teologia da Prosperidade”, que alguns desvalorizam e ridicularizam enquanto outros defendem com interesses pessoais que nada têm a ver com o evangelho.
Pessoalmente, não considero errada uma teologia que defenda prosperidade em todos os aspectos na vida cristã.
Ressalvo o sentido atribuído à palavra prosperidade, porque talvez a confusão e problema surja logo na etimologia da palavra e qual o aspecto prático que deve ser tirado para os nossos dias na vivência cristã.
Prosperidade, nunca se limitou ao aspecto monetário, económico e financeiro, apesar de também englobar essa realidade tão essencial nos dias actuais; basta ver as reivindicações das centrais sindicais e observamos como o poder de compra é a base para jornadas de luta e greves gerais que alastram, não só pelo país, como pelo mundo inteiro.
Por razões que desconheço, alguns “profetas” completamente alheados das realidades actuais, acham que esta é uma questão menor, periférica ou insignificante, mas por vezes essa posição esconde uma avareza diabólica controladora que não quer reconhecer, mas é evidente nas suas observações e postura perante a vida.
Desde já afirmo que não pouparei os “cristãos” que roubam a Deus, que servem Mamon pela sua avareza, que invejam o que é depositado na bolsa - tal como Judas o fazia - além de ter o descaramento de a roubar, aliás este é o comportamento comum destes pretensos defensores de uma liberalização económica, que visa apenas o lucro pessoal aliado à desresponsabilização pessoal no uso dos meios financeiros proporcionados por Deus.
O sentido de mordomia cristã perde-se de duas maneiras, qualquer uma delas devastadoras para a conduta cristã, como para o reino de Deus: Primeiro pela manipulação do amor cristão que caracteriza os crentes, impondo obrigações não bíblicas nem bem fundamentadas na doutrina sã, que manipulam o que há de melhor nestes cristãos; o seu desejo de servir e abençoar. Em segundo, no outro extremo, encontra-se a “liberalização” total, sem compromisso dos cristãos para com a comunhão onde estão inseridos, considerando que não há dever da sua parte em sustentar a igreja, nem lhes será requerida por Deus responsabilidades nesse aspecto.
Para esta defesa da “Teologia da Prosperidade” abordarei algumas questões que acho pertinentes:
1º Em que sentido, podemos esperar prosperar.
2º Continuidade versus descontinuidade (Este aspecto é essencial para consolidar uma teologia não descompartimentada, tão usual em algumas posições actuais)
3º Mordomia cristã que realça uma vida cristã responsável, saudável e repleta de boas obras que nos acompanham quando a nossa jornada terrestre terminar.
É possível que outras questões pertinentes surjam nesta reflexões que se seguem, mas esta orientação serve para apresentar o que me proponho tratar desde já.
Bem-haja
João Pedro Robalo