Ao ler "As Confissões" de St. Agostinho, deparo com a afirmação atribuída ao Bispo de Cartago: "Vai em paz e continua a viver assim, porque é impossível que pereça o filho de tantas lágrimas."
Com este consolo, Mónica, a mãe de Agostinho, partiu para a sua continua tarefa de orar e sempre alertar o seu filho, para que, a situação dramática em que se encontrava, sofresse uma alteração profunda, o que, veio a suceder, como o próprio confessou.
Mães precisam-se, mas, das que, com fé, oração e dedicação; tudo fazem para contribuir de forma construtiva, para que os seus filhos de alguma maneira, no trajecto da vida, encontrem o propósito eterno pelo qual nasceram e existem.
Muitas vezes com amargura e dor, encontramos mães, sem saber o que fazer, e, como lidar com a rebeldia, incorrecção ou desfoque, em que os filhos se encontram.
Se não houver fé, se não existir esperança, nem qualquer âncora de segurança; qualquer mãe entra em agonia e desespero, perante as situações que todos os filhos em algum momento do seu caminho se envolvem.
Hoje, as mães, contentam-se com a satisfação materialista dos filhos, na base dos bens, imagem e condições para que tenham uma vida facilitada em todos os sentidos.
Contribuir para que os filhos possuam bens que os promovam socialmente, que frequentem os melhores meios para serem bem sucedidos e que, nada lhes falte para serem reconhecidos como actuais e modernos; é tudo, o que os progenitores e educadores consideram ser responsabilidade sua.
Mais que uma prestação de serviços parental, hoje, mães que oram, choram diante de Deus e ensinam os princípios cristãos, são necessárias.
Ana, a mãe de Samuel, com amargura do seu coração, encontrou no tabernáculo e no Sacerdote Éli, as palavras e o consolo que resultaram no milagre desejado.
Para as mães, que por alguma razão se encontram numa situação preocupante ou aflitiva, saibam que as vossas lágrimas derramadas diante de Deus, encontram eco e resposta para solucionar o que parece impossível humanamente.
Os filhos, de mães cristãs, mesmo não sabendo, são privilegiados, porque para além do amor materno natural, a fé e lágrimas derramadas, são ouvidas por quem dirige todas as coisas, e, que consegue concertar tudo: Deus!
Esperança e confiança, são o que caracterizam as mães cristãs na sua plena certeza que, os seus filhos não são gerados para a perdição, mas para cumprirem o propósito traçado por Deus.
Tenhamos fé, mesmo quando as lágrimas são a realidade do dia a dia; a oração que se sente é escutada, e, tal como o Bispo de Cartago disse: É impossível não ser respondida.
Bem-hajam
João Pedro Robalo
Nota: A minha referência ás mães, deve-se ao relato referido por St. Agostinho, porque considero, como é óbvio, que esta responsabilidade é mútua do casal, não só de um dos cônjuges.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
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