Bento XVI defendeu a constituição de uma "Autoridade Política Mundial" para "sanear as economias afectadas pela crise".
Com esta ideia, iremos de certo, assistir ao recrudescer de opiniões que vêm neste pressuposto, a intenção de criar uma figura mundial, aliado a um governo mundial, que domine tudo e todos para preparar o aparecimento da figura histórica mais temida: O Anticristo!
Com efeito, Bento XVI, até parece mesmo estar a propor tal, pelo que, será natural quem receie tal figura tão maligna, possa ver nestas palavras o campo teórico para a sua realização.
A certa altura, na sua "Encíclica" o Papa afirma; "É urgente que seja criada uma verdadeira autoridade política mundial" o que levanta todos os fantasmas que existem nos defensores dos tempos trabalhosos que antecederão o fim do mundo.
Todos os sinais parecem mostrar que afinal quem previa a vinda de tal figura maléfica, encontram aqui os argumentos e a sustentabilidade suficiente para mostrar a razoabilidade deste receio milenar.
O que possibilita relacionar este discurso – que têm uma carga muito poderosa por causa do seu autor – com a tal figura, não são os pontos defendidos, mas, uma ideia; melhor, um pressuposto, que constrói uma série de eventos, perseguições, manipulações, etc. só possíveis de serem perpetrados por uma figura que, possua um poder tão imenso e uma aceitação tal, que leva o mundo a permitir fazer-se coisas impossíveis e inimagináveis.
O outro pressuposto que cola a este discurso essa possibilidade, tem sido a tentativa de apontar para o futuro a vinda de tal estadista mundial.
Este é um aspecto teológico e exegético fundamental, pois não se encontra no texto bíblico tal afirmação ou pressuposto.
O Apóstolo João – o único autor neotestamentário que usa a expressão "anticristo" – não o refere como uma figura mundial que no futuro iria governar o planeta terra numa derradeira revolta contra o Rei dos reis; Jesus o Senhor.
O autor das três cartas mostra que não é um mas muitos, que não é uma personagem mas um sistema doutrinal que nega a essência do cristianismo e nem sequer o coloca no futuro, mas como algo que já estava presente na altura em que escreveu as cartas.
(Aconselho a leitura das cartas de João com a observação aos textos que usam a expressão: Anticristo)
Quem não tiver uma doutrina solidamente firmada nas escrituras sagradas, certamente, sempre que surgem afirmações idênticas, fica confuso e consegue descortinar uma conspiração mundial para o surgimento de tal figura.
Com esta mentalidade, surgem no meio cristão alguns que, em vez de aguardar a vinda de Cristo na consumação dos séculos; aguardam o aparecimento do anticristo.
Podemos ver aqui uma "anticristocentricidade" em vez de uma salutar cosmovisão cristocêntrica.
Este discurso de Bento XVI só revela confusão do autor e falta de crédito no domínio histórico de quem tem o mundo nas suas mãos: Deus.
O interessante é que, o mesmo posso dizer dos que antevêem o aparecimento de figura tão macabra para transformar o mundo num caos. Afinal os opostos atraem-se.
Quem está seguro na revelação bíblica através de uma interpretação histórico-gramatical que leva a uma visão pós-milenista, não se assusta quando surgem ideias ou discursos deste género.
A minha expectativa é confiante, optimista. Creio numa igreja triunfante que domina e enche a terra da presença de Deus, transformando-a cada vez mais à imagem d'Aquele que tudo criou e sustenta pela sua palavra.
Não estou distraído a tentar descortinar neste ou naquele sinal o surgimento do mal ou quem o represente, mas a viver pela fé em cada situação, sabendo que, tudo está no controlo de quem está sentado à direita do Pai governando em autoridade até que todos os inimigos lhe sejam sujeitos.
Não estou á espera do anticristo, mas de Cristo!!!
Bem-haja
João Pedro Robalo
quarta-feira, 8 de julho de 2009
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