terça-feira, 12 de maio de 2009

Fátima e o 13 de Maio

Portugal celebra hoje mais um dia de fervor religioso tradicional, com a peregrinação de milhares de fieis até ao santuário de Fátima.

Colocando de lado o desacordo que obviamente reservo a este tipo de manifestações que considero idolatria, não deixo de ter um sentimento de compaixão misturado com revolta, por assistir à pobreza de espírito que os leva a pagar promessas para obter o favor divino ou agradecer algum "milagre" que não conseguem especificar.

Esta manifestação religiosa, por muito que custe aos seus promotores, não é um sinal de maturidade, antes de obscurantismo que mantém um povo cada vez mais afastado de Deus e consequentemente ignorante quando ao amor e graça que Ele nos proporciona.

A dor da caminhada, o sofrimento de pagar uma promessa a todo o custo, a angustia de levar o peso e de assumir nas próprias mãos o destino da resposta à necessidade, etc. é o resultado óbvio e fatal deste tipo de conceito e manifestação religiosa que nos caracteriza.

A Igreja Católica Romana em Portugal ao patrocinar estas peregrinações mantém o nosso povo no obscurantismo e manipulado no pior sentido da sua emancipação espiritual.

A riqueza de uma nação e de um povo encontra-se no seu desenvolvimento espiritual que, para mim, influencia todos os outros aspectos do ser humano na sua dimensão completa.

Considero que este dia não reflecte grandeza nacional, mas tristeza, por ver o meu povo caminhar, não para se aproximar de Deus, mas para se afastar de quem realmente pode socorrer e abençoar a nossa nação: Jesus Cristo o Filho do Deus Vivo!

Bem-haja

João Pedro Robalo

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Nós Europeus

Este slogan faz parte da estratégia de um partido para a campanha eleitoral das europeias, mas para além das questões partidárias - que não me merecem qualquer comentário - existe uma dimensão de europeísmo que os cristãos devem começar a desenvolver, pois a tarefa é gigante e jamais será alcançada sem esta postura.

Regressado de mais uma SLC 09 em Málaga (Strategic Leadership Consultation) onde líderes de toda a Europa pensaram o momento actual quer no âmbito social, cultural, económico e religioso.

Os oradores, desde o anfitrião, Mal Fletcher a Winkie Pratney, trouxeram uma forma apropriada e revelada de ver o mundo, inter-agir de forma pro-activa e não apenas reactiva, para que de forma prática e eficaz possamos trazer respostas que moldarão o futuro em vez de apenas nos ajustarmos ao que vai surgindo no horizonte.

Mas o que queria referir aconteceu no ultimo dia, no painel que foi constituído para abordar as questões económicas e como agir em conformidade, ver no painel um pastor português; Mário Rui da Igreja CCC em Loures, entre outros foi uma agradável surpresa.

Por vezes somos causadores do nosso próprio infortúnio, sentimo-nos deslocados, marginalizados e achamos natural ser excluídos, pela nossa má consideração como actores importantes no panorama europeu, como igreja e cristãos com algo a dizer.

Nós somos europeus de corpo e alma para dar a conhecer a todos o que Deus está a fazer entre nós, por isso, ao contrario de alguns - infelizmente - senti-me orgulhoso por assistir a um compatriota entre tantas figuras influentes trazer ideias sobre como ser relevante na sociedade actual.

Nós igreja cristã em Portugal fazemos parte de um contexto europeu que precisa aprender connosco tal e qual como aprendemos com eles.
Assim, se puderem assistam esta semana na igreja CCC em Loures com a participação de Winkie Pratney, quinta e sexta, ao evento realizado por esta igreja, não se vão arrepender.

Somos Europeus, eu sei que sempre olhamos para os oceanos como a nossa emancipação, mas não podemos, nem devemos, afastar-nos das nossas raízes europeias que estão na nossa identidade e formação ancestral.

A igreja portuguesa pode oferecer à Europa uma acção cristã que a desperte para as suas raízes históricas que tão importantes foram na mundialização e e progresso universal.

Bem-haja

João Pedro Robalo