quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Unidade na Diversidade

A igreja cristã é geneticamente diversa e expressa a sabedoria divina multiformemente!

O problema ao longo da história do cristianismo, surge, quando algo de importante acontece no marasmo religioso, teológico e nas revelações fossilizadas; logo se têm a tendência para criar uma uniformidade que represente e condicione essa nova abordagem de viver o cristianismo.

A propensão para uniformizar, demonstra-se na tendência para nomear, circunscrever e limitar a alguns privilegiados o que Deus deseja abrir a todos e manter vivo ao longo de gerações; surgindo assim o que chamo de "cancro" da comunhão cristã: O denominacionalismo.

Não só é pernicioso porque uniformiza o que deve ser diverso, como obriga á desonestidade intelectual, porque exige a defesa da denominação em detrimento da verdade.
Tomo por exemplo as posições dispensacionalistas que, contra o avanço da compreensão teológica, e, principalmente, escatológica; forçam as interpretações com atropelos hermenêuticos e exegéticos, para harmonizarem a sua visão ultrapassada e errada com os novos ventos de ideias.

Todo o esforço relacional apenas baseado na doutrina, gera conformismo e negação da génese da igreja desde a sua origem.
A nossa união é mais espiritual e relacional - comunhão dos santos - do que imaginamos.
Lembro há uns bons anos atrás um referido teólogo ter feito esta afirmação em pleno Monte Esperança, e toda a polémica que causou no seio denominacional de então.
O pior é que ele tinha razão, mas isso não interessa ao espírito denominaciolanista, o grupo, o corporativismo tem de ser preservado a todo o custo - mesmo da verdade.

Sei que o mau exemplo de alguns novos ministérios pessoais - sou contra tal conceito - e de igrejas neopentecostais que querem apresentar resultados a todo o custo; têm refreado e deturpado a natureza diversa e multiforme da igreja cristã; mas não sacrifico a verdade por causa dos exageros e atropelos dos que se aproveitam da crença popular.

A igreja cristã - de acordo com o padrão neotestamentário - é descentralizada na sua essência e organização, pelo que, qualquer tentativa para a amarrar a uma "organização" com padrões humanos e seculares, vai contra a sua natureza e génese.

Os tempos e momentos actuais exigem que se resgate a igreja das tendências empresariais de organização que impõem modelos e dinâmicas seculares na estrutura e relação de poder entre os diversos estratos piramidais.

A Santa Igreja, relevante, pura, imaculada e gloriosa; para a qual um dia Jesus voltará - não a vem buscar, mas para ela - só possui uma cabeça: Jesus o Cristo!
Toda a tentativa pessoal ou orgânica para substituir o lugar que pertence ao Senhor dos senhores e Reis dos reis; é um acto de idolatria, sempre condenável pelo Deus eterno.

Apesar de todas as falhas e equívocos que a História da igreja é pródiga, creio na igreja verdadeira, pura e interventiva, que, se está a levantar, para fazer sentir a sua voz e acção no resgate, não só o homem caído; mas toda a criação que geme e aguarda - pacientemente - a manifestação dos filhos de Deus.

Bem-haja

João Pedro Robalo

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O Lugar onde Deus te Quer!

Um dos assuntos que mais questiono, é a escolha de Deus, por pessoas com sinais de fragilidade para serem os mentores e até autores de grandes mudanças históricas.

Reporto-me aos casos de infertilidade ou esterilidade que resultam na Bíblia em receptores das promessas divinas ou geradores de filhos que marcam a revelação de Deus na História.

Não podemos ignorar a pressão social, religiosa e emocional que estas pessoas foram sujeitas, pelo facto de não conseguirem gerar filhos - para muitos uma prova de maldição e rejeição divinas.

Quando observamos com cuidado cada um dos casos relatados nas Escrituras Sagradas, surgem sinais que nos ajudam a entender, tanto a escolha divina, como o lugar que cada um destes intervenientes teve de chegar, para alcançar a promessa.

Chegar á fé!
Abraão, o nosso pai da fé, com a sua mulher, Sara, ambos conseguiram chegar á fé.
Não apenas uma fé pessoal, mas que os transcendeu, e, que gerações, povos e multidões beneficiaram.
No relato bíblico de Génesis 15.1-6, Abraão, quando argumenta com Deus, é levado para fora, onde consegue ver para além da sua insignificância, e, nesta contemplação consegue crer; chegar á fé, onde o impossível se torna realizável.

Amar de verdade
Outro caso que inicia com uma dificuldade idêntica é o caso de Raquel - que a leva ao desespero - mas que são compensados com filhos extraordinários.
Este relacionamento de aliança entre Jacó e Raquel, é paradigmático na demonstração do verdadeiro amor. Génesis 29.18,20 mostra a força do verdadeiro amor, que faz o difícil parecer fácil.

Por vezes menos valorizado, o amor, é o caminho para se conhecer Deus em sua dimensão plena - pelo menos no que se pode conhecer.

Processar a dor e o sofrimento
O terceiro caso que desejo realçar, reflecte a importância de lidar com o sofrimento que nos rodeia, as desilusões que somos alvo e a dor que teima em surgir de onde menos se espera.

Ana, mulher de Elcana, desprezada, magoada e irritada pela sua "adversária" - mesmo sendo alvo do amor e consolo do seu marido - encontrou no derramar da alma diante de Deus o consolo e concordância necessários para obter o desejo do seu coração. (1ª Samuel)

Sem processar-mos a dor e sem enfrentar o sofrimento - ignora-lo não fará desaparecer - nunca seremos capazes de chegar ao lugar onde Deus satisfará os anseios e desejos da nossa alma.

Abertos a uma revelação nova
O último caso que desejo nomear, surge já no 2º Testamento, mas ainda com o último profeta da Velha Aliança: João Baptista.
Lucas, no primeiro capítulo relata a aparição do anjo Gabriel a Zacarias, trazendo-lhe a boa nova que, as suas orações - em conjunto com Isabel - haviam sidos ouvidas por Deus.

Todo o processo revela pormenores interessantes, mas o que desejo realçar é a escolha do nome do filho das suas orações: João.
Zacarias e Isabel, quebraram com as tradições, quer religiosas quer sociais, que impunham o hábito de dar o nome do pai ao primeiro filho.
Fizeram-no em obediência a quem lhes concedeu o pedido; Deus.

Qualquer mudança requer a orientação divina, confirmação do Espírito Santo na comunhão dos santos que, colocam o selo da autenticidade na mudança de paradigma para uma nova revelação frescaque fará a diferença e abrirá novas fronteriras.

Fé, amor, dor e sofrimento processados e, finalmente, abertura para seguir Deus no seu mover sobrenatural de avanço na História; são as causas que, creio, levarem Deus á escolha das pessoas para os momentos especiais que fazem a diferença.

Se desejarem pode visualizar esta mensagem no site: figueiraccva.org (Gente que Faz História)

Bem-haja

João Pedro Robalo

domingo, 16 de agosto de 2009

Um Excelente texto escrito pelo Bispo Hermes Fernandes, sobre o terror que a doutrina dispensassionalista trouxe na interpretação que faz da Parábola das dez virgens.

www.hermesfernandes.blogspot.com (parábola usada para aterrorizar os crentes)

Abraço e boa leitura.

João Pedro