A igreja cristã é geneticamente diversa e expressa a sabedoria divina multiformemente!
O problema ao longo da história do cristianismo, surge, quando algo de importante acontece no marasmo religioso, teológico e nas revelações fossilizadas; logo se têm a tendência para criar uma uniformidade que represente e condicione essa nova abordagem de viver o cristianismo.
A propensão para uniformizar, demonstra-se na tendência para nomear, circunscrever e limitar a alguns privilegiados o que Deus deseja abrir a todos e manter vivo ao longo de gerações; surgindo assim o que chamo de "cancro" da comunhão cristã: O denominacionalismo.
Não só é pernicioso porque uniformiza o que deve ser diverso, como obriga á desonestidade intelectual, porque exige a defesa da denominação em detrimento da verdade.
Tomo por exemplo as posições dispensacionalistas que, contra o avanço da compreensão teológica, e, principalmente, escatológica; forçam as interpretações com atropelos hermenêuticos e exegéticos, para harmonizarem a sua visão ultrapassada e errada com os novos ventos de ideias.
Todo o esforço relacional apenas baseado na doutrina, gera conformismo e negação da génese da igreja desde a sua origem.
A nossa união é mais espiritual e relacional - comunhão dos santos - do que imaginamos.
Lembro há uns bons anos atrás um referido teólogo ter feito esta afirmação em pleno Monte Esperança, e toda a polémica que causou no seio denominacional de então.
O pior é que ele tinha razão, mas isso não interessa ao espírito denominaciolanista, o grupo, o corporativismo tem de ser preservado a todo o custo - mesmo da verdade.
Sei que o mau exemplo de alguns novos ministérios pessoais - sou contra tal conceito - e de igrejas neopentecostais que querem apresentar resultados a todo o custo; têm refreado e deturpado a natureza diversa e multiforme da igreja cristã; mas não sacrifico a verdade por causa dos exageros e atropelos dos que se aproveitam da crença popular.
A igreja cristã - de acordo com o padrão neotestamentário - é descentralizada na sua essência e organização, pelo que, qualquer tentativa para a amarrar a uma "organização" com padrões humanos e seculares, vai contra a sua natureza e génese.
Os tempos e momentos actuais exigem que se resgate a igreja das tendências empresariais de organização que impõem modelos e dinâmicas seculares na estrutura e relação de poder entre os diversos estratos piramidais.
A Santa Igreja, relevante, pura, imaculada e gloriosa; para a qual um dia Jesus voltará - não a vem buscar, mas para ela - só possui uma cabeça: Jesus o Cristo!
Toda a tentativa pessoal ou orgânica para substituir o lugar que pertence ao Senhor dos senhores e Reis dos reis; é um acto de idolatria, sempre condenável pelo Deus eterno.
Apesar de todas as falhas e equívocos que a História da igreja é pródiga, creio na igreja verdadeira, pura e interventiva, que, se está a levantar, para fazer sentir a sua voz e acção no resgate, não só o homem caído; mas toda a criação que geme e aguarda - pacientemente - a manifestação dos filhos de Deus.
Bem-haja
João Pedro Robalo
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
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