Um dos assuntos que mais questiono, é a escolha de Deus, por pessoas com sinais de fragilidade para serem os mentores e até autores de grandes mudanças históricas.
Reporto-me aos casos de infertilidade ou esterilidade que resultam na Bíblia em receptores das promessas divinas ou geradores de filhos que marcam a revelação de Deus na História.
Não podemos ignorar a pressão social, religiosa e emocional que estas pessoas foram sujeitas, pelo facto de não conseguirem gerar filhos - para muitos uma prova de maldição e rejeição divinas.
Quando observamos com cuidado cada um dos casos relatados nas Escrituras Sagradas, surgem sinais que nos ajudam a entender, tanto a escolha divina, como o lugar que cada um destes intervenientes teve de chegar, para alcançar a promessa.
Chegar á fé!
Abraão, o nosso pai da fé, com a sua mulher, Sara, ambos conseguiram chegar á fé.
Não apenas uma fé pessoal, mas que os transcendeu, e, que gerações, povos e multidões beneficiaram.
No relato bíblico de Génesis 15.1-6, Abraão, quando argumenta com Deus, é levado para fora, onde consegue ver para além da sua insignificância, e, nesta contemplação consegue crer; chegar á fé, onde o impossível se torna realizável.
Amar de verdade
Outro caso que inicia com uma dificuldade idêntica é o caso de Raquel - que a leva ao desespero - mas que são compensados com filhos extraordinários.
Este relacionamento de aliança entre Jacó e Raquel, é paradigmático na demonstração do verdadeiro amor. Génesis 29.18,20 mostra a força do verdadeiro amor, que faz o difícil parecer fácil.
Por vezes menos valorizado, o amor, é o caminho para se conhecer Deus em sua dimensão plena - pelo menos no que se pode conhecer.
Processar a dor e o sofrimento
O terceiro caso que desejo realçar, reflecte a importância de lidar com o sofrimento que nos rodeia, as desilusões que somos alvo e a dor que teima em surgir de onde menos se espera.
Ana, mulher de Elcana, desprezada, magoada e irritada pela sua "adversária" - mesmo sendo alvo do amor e consolo do seu marido - encontrou no derramar da alma diante de Deus o consolo e concordância necessários para obter o desejo do seu coração. (1ª Samuel)
Sem processar-mos a dor e sem enfrentar o sofrimento - ignora-lo não fará desaparecer - nunca seremos capazes de chegar ao lugar onde Deus satisfará os anseios e desejos da nossa alma.
Abertos a uma revelação nova
O último caso que desejo nomear, surge já no 2º Testamento, mas ainda com o último profeta da Velha Aliança: João Baptista.
Lucas, no primeiro capítulo relata a aparição do anjo Gabriel a Zacarias, trazendo-lhe a boa nova que, as suas orações - em conjunto com Isabel - haviam sidos ouvidas por Deus.
Todo o processo revela pormenores interessantes, mas o que desejo realçar é a escolha do nome do filho das suas orações: João.
Zacarias e Isabel, quebraram com as tradições, quer religiosas quer sociais, que impunham o hábito de dar o nome do pai ao primeiro filho.
Fizeram-no em obediência a quem lhes concedeu o pedido; Deus.
Qualquer mudança requer a orientação divina, confirmação do Espírito Santo na comunhão dos santos que, colocam o selo da autenticidade na mudança de paradigma para uma nova revelação frescaque fará a diferença e abrirá novas fronteriras.
Fé, amor, dor e sofrimento processados e, finalmente, abertura para seguir Deus no seu mover sobrenatural de avanço na História; são as causas que, creio, levarem Deus á escolha das pessoas para os momentos especiais que fazem a diferença.
Se desejarem pode visualizar esta mensagem no site: figueiraccva.org (Gente que Faz História)
Bem-haja
João Pedro Robalo
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
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