Assisti hoje uma reportagem em que Ana Rita (a mãe do Martin) mais a sua família foram a Fátima pedir à "nossa" Senhora um milagre para o regresso do filho a casa.
Este caso está envolto em muita coisa não explicada, mas sobre tudo sob paixões que toda a cobertura mediática proporciona.
Para que o interesse superior da criança seja preservado, não se pode colocar a justiça sob esta pressão, apesar de algumas vezes parecer que só assim se torna equitativa.
É precisamente esta reportagem que mostra o quanto estas pessoas, que a solicitaram, crêem em milagres.
Se alguém acredita que o sacrifício desta peregrinação pode realmente resultar em milagre, então para quê e porque a televisão lá?
O que esta postura parece revelar - convocar a comunicação social - é que, afinal, não há muita "fé" na devoção à Senhora de Fátima.
Este acto, que a comunicação social embarcou, parece mostrar mais uma jogada de marketing, para pressionar a justiça com a "opinião pública".
Se esta Senhora; Ana Rita, realmente cresse em milagres e na Senhora de Fátima para os realizar, simplesmente fazia a sua peregrinação de forma acatada e esperava que o "objecto" da sua devoção realizasse o seu pedido sem qualquer promoção mediática.
A fé não se compadece com "shows" que apenas têm o intuito de trazer a opinião pública para um lado ao mesmo tempo que se pressiona o outro.
Na verdade, caso os resultados lhe sejam favoráveis, temos uma milagre que já não o é, porque a ilegitimidade destes métodos deixam no ar a dúvida qual a razão da decisão que for tomada.
Um milagre que é, resulta de uma fé genuína que leva a agir, mas apenas confinado e recorrendo em quem depositamos a fé.
Com esta postura não sei em quem Ana Rita e a família crêem; se na Senhora de Fátima ou na força do quarto poder; a comunicação social.
A mulher que tinha um fluxo de sangue no seu corpo (relatada nos evangelhos), saiu de sua casa sem qualquer mediatismo para fazer o que havia proposto, e só foi descoberta, porque Jesus se apercebeu que d'Ele tinha saído virtude (poder para curar).
Estamos perante um possível milagre que á partida, já não o é, seja qual for o desfecho.
O triste é que este é o espelho da espiritualidade do povo português.
A fé genuína e que resulta em verdadeiros milagres, surge na solidão da decisão pessoal que leva alguém a crer que Deus é Deus e como tal é poderoso para realizar milagres na vida das pessoas.
É nesse Deus que creio e nesses milagres que espero e tenho visto.
Bem-haja
João Pedro Robalo
terça-feira, 30 de junho de 2009
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