Até aqui, e ao contrário do que surge na comunicação social e Internet; optei por não fazer qualquer comentário à morte do referido cantor de música pop, por achar que em certa medida existe um certo tipo de "necrofagia" em relação ao assunto.
Parece haver alguma abordagem mediática e popular após a morte do artista, com toda a corrida à discografia do autor por parte do público e de toda a comunicação social, que soa um pouco mais a reacção à morte de um "Ícone" que realmente ao reconhecimento de todo o seu trabalho ao longo de 40 anos.
Michael, surge no mundo musical como um criativo no aspecto cénico criando mesmo um tipo de dança que se tornou a sua imagem de marca.
Mas surge também com todos os defeitos e vícios que este mundo mostra e que é considerado por muitos como normal e aceitável.
Um legado é algo que marca uma geração e deixa para as próximas referências sobre as quais podem construir um futuro alicerçado em fundamentos sólidos que permitem uma construção duradoura.
Qual o legado que Michael nos deixou?
Na música foi um fenómeno - convém esclarecer que não gosto do estilo - na dança uma referência, mas no resto? O que fica?
O que nos deixa como homem, como filho, irmão, marido, pai, cidadão ou referência?
Seja qual for a perspectiva que se olhe, a conclusão surge amarga e irrefutável; nada de bom fica que sirva para as próximas gerações!
Sei que são polémicas estas afirmações, mas o que achamos intolerável as pessoas que ocupam cargos públicos - até com o argumento que são sustentados por nós e devem ser um exemplo para o comum dos cidadãos - toleramos sem qualquer critica da parte dos artistas como se de normal e aceitável se tratasse.
Já agora, quem é que sustenta o estilo de vida do referido artista? Não são todos os que adquirem os seus trabalhos, produtos comerciais e assistem aos concertos? Não é a generalidade das pessoas?
Não entendo esta parcialidade de sentimentos!
Um artista que se quer respeitado, e, sobretudo, ser uma referência, deve demonstrar valores e ética no seu estilo de vida.
Sei que há quem discorde, mas eu não acho que seja qual for a notoriedade que se adquire ou mesmo anonimato, sirva de desculpa para se baixar os valores e princípios de vida que devem reger todos o seres humanos.
Michael Jackson, quer gostemos ou não, passou ao lado de uma oportunidade de ouro para influenciar positivamente gerações que estavam prontos a escutá-lo e a seguir.
Qualquer um de nós influencia alguém, mas o caso do "rei" da pop é uma daquelas oportunidades perdidas que dificilmente alguém conseguirá imitar ou registar igual possibilidade.
Qual o legado que fica deste artista?
Um excelente músico, cantor e sobretudo dançarino; mas também alguém que se afundou nas drogas - com o privilégio de lhe serem administradas com todas as condições clínicas através de médicos particulares - um adulto que tentava viver a sua infância, uma criança e adolescente que foi obrigado a ser adulto antes do tempo próprio, o filho magoado com o pai sem saber processar a sua dor, um irmão que se afastou - apesar de todas as intervenções plásticas que o tornavam mais parecido com a irmã, alguém que negou o evidente - como as operações para mudar a imagem; e, seria imensa a lista de desequilíbrios psicológicos que este "Ícone" musical deixou às gerações futuras.
Como repararam não foquei as questões do foro criminal e judicial que foi envolvido; nem sequer a relação de fobia que tinha com tudo e todos os que o rodeavam.
Este é o legado que uma sociedade que rejeita os valores cristãos oferece às gerações seguintes.
Um legado é algo a ser vivido e imitado por outras gerações!
Imagine que todos seguíamos o exemplo referido! Qual o resultado? É capaz de o descrever?
Michael Jackson morreu. Todos os que apreciavam a sua música e dança invocam o seu legado; mas além disso, nada mais podem referir, a não ser, uma triste figura de alguém infeliz, desajustado, magoado, perdido, cheio de fobias e mimado.
São em momentos como este que me alegro e lembro a referência que Jesus, o Cristo, é para toda a humanidade.
Sei que podem considerar incomparáveis as duas figuras agora contrastadas, mas não percebo porquê?
Afinal são dois homens que subiram a pulso e enfrentaram situações antagonistas nas suas vidas, mas um, deixou-nos algo com que podemos viver - verdades em que depositamos a nossa fé -, outro que apenas serve para entretenimento.
A diferença é abismal, mas este é o legado que a sociedade actual consegue oferecer, em contraste com o que um homem - que não culpou os seus familiares pelas condições em que cresceu, não se refugiou nas drogas - até mesmo na hora mais difícil, a cruz, que seria visto como aceitável, devido às condições em que se encontrava, não criticou a família - mesmo quando estes o rejeitaram, nem sequer se ofendeu com os amigos que o abandonaram nos momentos mais difíceis - até ajudou no processo de restauração individual, como fez com Pedro.
Percebem porque comparo estas duas figuras históricas; é que são em momentos como estes que me orgulho de ser cristão e ter em Jesus a referência para a vida.
Bem-haja
João Pedro Robalo
sexta-feira, 3 de julho de 2009
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