sábado, 23 de maio de 2009

Eleições Europeias

Começou à meia-noite a campanha eleitoral para o parlamento europeu.
Tem sido tradição, não só em Portugal, que sejam as eleições menos participadas. Talvez pela distancia, talvez por continuarmos a olhar para os oceanos como nosso destino natural, mantendo com isso as costas voltadas para o velho continente.

Como cidadão português e também europeu, parece-me útil que se mude a mentalidade e postura com uma participação maciça nestas eleições, independentemente qual a preferência ou orientação partidária.
Afinal grande parte das decisões que nos afectam directamente são tomadas, não no parlamento nacional, mas em Estrasburgo.

É importante para os cidadãos portugueses que, na sua afirmação histórica, política, económica e de cidadania, percebam que é fundamental participar na escolha dos nossos representantes, pois sem a participação no escrutínio perde-se toda a autoridade em reclamar ou contestar.
O voto é sem dúvida um acto de cidadania europeia que, descarta-lo - por mais desiludido que se esteja - é uma negação da democracia, pondo-a em perigo ou desprestigiando-a.

Como cristãos, no continente que tem raízes profundas e históricas na religião que melhor dignifica o ser humano, temos responsabilidade maior na participação activa no acto eleitoral que agora se depara.

Tal como o Apóstolo Paulo que, com o seu cosmopolitismo foi um refrigério no velho continente nos primeiros anos do cristianismo, nós, como luz e sal da terra, devemos trazer a mesma postura e esperança aos nossos concidadãos.
Quando em Atenas, perante tamanha idolatria, conseguiu usar a curiosidade e interesse em discutir novos assuntos, para lhes despertar a atenção sobre a mensagem que transforma pessoas, famílias e sociedades.

Ao Deus desconhecido, para os gregos, mas bem conhecido do Apóstolo, que era adorado pelos atenienses mesmo numa esfera de "ignorância", Paulo pegou nesta "brecha" do panteão Helénico, para trazer a mensagem que moldou a construção europeia no seu novo rumo de progresso e avanço na história.

Estas eleições são uma oportunidade para afirmar a mensagem do evangelho, não apenas no voto - que nos confere dimensão de cidadania - mas também na afirmação dos valores cristãos, na dignidade da pessoa humana em toda a sua totalidade - desde a concepção até á velhice - e sobretudo num grito de justiça social, económica e antropológica.

A Europa ainda honra um Deus que desconhece, somos nós cristãos elucidados, que temos a responsabilidade em cada lar, emprego, escola, instituições e sociedade, ensinar e revelar o Deus que conhecemos, honramos e servimos de coração.

Quem conhece está sempre em vantagem para ensinar, guiar, mostrar o caminho e ajudar quem, mesmo honrando e respeitando, desconhece.

Nós conhecemos o Deus verdadeiro que é a esperança para a Europa.

João Pedro Robalo

1 comentário:

  1. Excelente post.

    Que possamos sempre olhar quem não conhece com a compaixão de Jesus, que agia porque os achava como "ovelhas que não tinham pastor".

    Ele não era alheio ao contexto do seu mundo e sociedade, assim como Paulo com o seu grande sentido de oportunidade para servir na sua comissão.

    O nosso mundo, mais próximo, mais distante assim é, "como ovelhas que não têm pastor" e que grande responsabilidade a nossa em amar e dar o que sabemos a quem não tem a vantagem que nós temos de lidar e viver o amor do Salvador de sempre!

    Uma excelente noite e a nossa estinma

    Florbela

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