sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Iraquianos erguem Monumento ao Sapato

Na cidade de Tikrit - terra natal de Saddam Hussein - foi erigido um monumento ao sapato para homenagear o jornalista iraquiano que os arremessou ao ex-presidente dos EUA George Bush.
A pobreza deste monumento - elogiado por muita comunicação social, mesmo no ocidente - revela a pobreza de um povo que não sabe apreciar a sua liberdade.
Antes de mais, quero afirmar que desde o princípio, nomeadamente na famosa reunião dos Açores, fui sempre contra a intervenção armada no Iraque. Aliás em acordo com o direito internacional.
No entanto, considero pobre este monumento, porque um jornalista que deve reger-se com um código de ética na defesa de informar com verdade, só agora se ache no dever de contestar um sistema, quando não o fez quando era governado por um ditador e opressor do próprio povo.
Coragem a sério era este jornalista (Muntazer al-Zaidi) tê-lo feito quando o ditador Saddam governava o país. Aí sim era um acto de verdadeira coragem.
Agora atirar sapatos a presidentes que estão habituados a ser contestados não é coragem sequer, é apenas fazer o que nos estados livres e democráticos qualquer cidadão, sem exceder os limites, faz todos os dias.
Talvez o que os habitantes de Tikrit ao levantarem este monumento revelam é uma vontade em voltar para trás; em que uma minoria oprimia todos os outros grupos étnicos que compõem a nação.
O mais triste e pobre é a comunicação social portuguesa, que por vezes se mostra tão altruísta e garante das liberdades, fazer pelo seu silêncio uma apologia ao acto pretensamente "corajoso" deste jornalista.
Por tudo isto temo que após a inevitável saída dos americanos, este povo não saiba preservar a sua liberdade e se deixe levar por estes populismo sem conteúdo que tanto agrada a nossa comunicação social.
Verdadeiro heroísmo como foi o caso de Dietrich Bonhoffer que nunca teve direito a um monumento mesmo tendo enfrentado um monstro.
Talvez o mundo Árabe precise rever os seus valores, porque se são estes então a pobreza intelectual e moral continua a ser muito fraca.

Bem-haja

João Pedro Robalo

1 comentário:

  1. Eles só agora estão a aprender a ser livres...
    ehehe
    erram de vez em quando!! ;)

    é dificil aprender o que é a liberdade... cá em Portugal ainda se aprende todos os dias...

    beijocas!!

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